Quando eu nasci, há quase 34 anos, a minha rua, no bairro do Rangel, era praticamente outra. Era de barro, casas simples… Mas o tempo passa, João Pessoa cresce, e nada mais está do mesmo jeito. Ainda mais a minha rua, que fica praticamente entre a ida e a volta do corredor, como se eu morasse no canteiro central de uma grande avenida. Mas é um binário e estou estrategicamente no meio dele.
E o crescimento tem as suas dores. De sexta-feira para cá, três pessoas tiveram seus celulares roubados na rua, não que assaltos sejam raros, mas nunca aconteceram nessa intensidade. Aqui não cabe só a reflexão da própria mobilidade, mas sim da segurança de se andar com tranquilidade próximo de sua própria casa. É um sintoma do crescimento, queira ou não.
Afinal, estamos falando de uma rua que está num lugar que há uns 35 anos foi periferia, e hoje é praticamente o centro da cidade. Quando eu falo em dinamizar o sistema de transportes, por exemplo, eu falo nisso. O conceito de centro da cidade não é tão somente o bairro do Centro, mas nos tantos centros da cidade. O que se concentrava no Centro se espalha.
É lógico que a violência urbana não pode ser natural, para isso é preciso se investir em segurança. O crescimento, esse já é. O movimento que traz, também. É fato que a minha rua já não é mais a mesma.
Quando sua rua muda, traz os ônus e os bônus do crescimento. Certas coisas dão para prevenir, outras para remediar, mas crescer é inevitável.