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Sistema da década de 1970

O sistema de linhas e corredores foi moldado para a dinâmica da capital paraibana da década de 1970. Cite um exemplo de como esse sistema não funciona mais em 2024.
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O sistema de linhas e corredores foi moldado para a dinâmica da capital paraibana da década de 1970. Cite um exemplo de como esse sistema não funciona mais em 2024.

Pergunta feita por este editor

Em 1970, João Pessoa não tinha ainda atravessado a BR, aliás, nem existia BR – a BR-230 foi implantada em 1972. Àquela altura a UFPB já tinha ido para onde está hoje, em um tempo que se dizia que seria longe de tudo. Os conjuntos habitacionais não existiam. Nem os bairros da Zona Sul. A cidade ia praticamente até perto da Mata do Buraquinho, afora o avanço para a praia, afinal lembrem-se, a cidade nasceu na beira de um rio e foi em direção ao mar. Mas levou 400 anos para tomar o tamanho que tem hoje, para ter uma consolidação praticamente recente, se levarmos em consideração que João Pessoa tem quatro séculos e meio praticamente.

O sistema de ônibus de João Pessoa é desde essa época, em que na prática as linhas eram curtas e de onde você saísse chegaria ao Centro em menos de 5 minutos. Com o crescimento da cidade, não dá para esperar que quem mora nos bairros da Zona Sul chegue ao Centro nesse mesmo tempo. É impossível. Afora que a própria dinâmica de crescimento da cidade fez também diversificar os locais de trabalho e estudo das pessoas. Mas elas precisam dar voltas para chegar até onde não precisam, e tá tudo bem para muita gente ficar meia hora dentro de um veículo fora o tempo de espera.

Uma vez eu disse, e eu não me lembro onde, que o sistema foi moldado numa época em que bairros que na época eram de periferia e hoje são mais centrais não tinham as mesmas oportunidades de estudo e trabalho do que os bairros mais antigos e nobres. Mas a dinâmica se encarregou de fazer a cidade crescer e ampliar essas possibilidades ao longo dos anos, só que o sistema não acompanhou e em vez de ser repensado, foi remendado com várias gambiarras. O resultado são linhas que obrigam os passageiros a andarem distâncias maiores do que as de onde realmente vão, e pouca vontade de dimensionar as demandas.

A cultura do arrodeio começa justamente a partir do princípio da falta de noção do espaço e da distância, e pouca coisa mudou a não ser terem transformado o que está entre a BR e o Centro em corredores, e o que era periferia virou o meio da cidade. De certa forma, quem está na área dos corredores fica dependente da necessidade de quem está na parte Sul, e muitas vezes por questão das áreas das empresas elas concentram várias linhas de um bairro no mesmo corredor em vez de distribuir e criar alternativas que permitam escoar a demanda. Aí está uma das raízes de todos os problemas.

Voltando a parte do meio da cidade, é uma parte que já não consegue mais encontrar a mesma facilidade do que na década de 1970, já que os ônibus vêm das pontas das linhas já lotados. O problema acaba sendo de todo mundo. Mas nunca existiu intenção de mudar isso justamente por comodismo. E é desse comodismo que só se vê, quando se acredita que o problema está somente na aparência e no veículo em vez de focar em ajustar o sistema de linhas e corredores para o século XXI, bem como para as próximas gerações não enfrentarem as mesmas dificuldades. Afinal, a quem interessa que a cultura do arrodeio continue e se fortaleça?

Este é o tema “Conhecendo Você”, o primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar, com perguntas que eu respondo sobre temas de autoconhecimento e cotidiano. Inicialmente elaboradas por inteligência artificial, as perguntas passaram a ser elaboradas por mim e pelo público através dos canais de contato e redes sociais.

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