Há quase dois anos, a pandemia mudou muita coisa na maneira em que a gente lida com o “lá fora”; se um dia eu era aquela pessoa que saía de casa e ia por aí por qualquer motivo, hoje a realidade é bem diferente. Diferente até demais. Um dia, a sua casa foi a sua ilha. Hoje você pode sair um pouco mais, com todas as medidas de proteção e não esquecendo da máscara. O conceito de “ilha” mudou. E essa “ilha” é o seu próprio bairro. E talvez um dia eu possa tirar o pé da ilha, um dia. Mas não de qualquer maneira.
Uma ilha cercada de outras pequenas ilhas por todos os lados, separadas por rio, mata, estrada, passarelas e pequenas pontes te ligam ao resto da cidade. E de certo modo, tirar o pé da ilha não deixa de ser uma viagem. Mas não pode ser uma viagem qualquer.
É mudar os ares. É mudar. Pura e simplesmente. Mudar por coisas que você não aguenta mais e tem que engolir há anos por “costume”, assim, entre aspas.
O meu sonho é um dia tirar o pé da “ilha”. Mas não da maneira que qualquer um faria. Faria sozinho, porque não? Ares de verdadeira liberdade fazem bem. Sim, verdadeira liberdade, e não uma liberdade que mais parece uma prisão, aliás, como deturparam essa palavra.
É deixar eu ser livre. Ir para onde eu quiser. E fincar raízes onde eu melhor me identificasse.
Mais que uma terra cercada de água por todos os lados, uma ilha também pode ser uma terra cercada de diferenças. Se eu sonho em tirar o pé da ilha?
Inspirado no desafio Bloganuary do WordPress.com
O tema do segundo dia é “Qual a viagem que você gostaria de fazer?” Para quem quer tirar o pé da ilha, ganhar o mundo é o suficiente.