Hoje é 18 de abril, e faz um mês que eu estou dentro de casa em isolamento social. Um mês que não coloco o pé para fora de casa. Mas sabe que já tô acostumado com isso? É por mim, é por todos, é para estar aqui, pois tenho consciência da minha necessidade de sobrevivência.
A última saída de casa foi para comprar um suco em pó no supermercado no dia 18 de março. Uma dessas idas comuns ao supermercado que hoje já equivalem a sair de madrugada com ladrões a espreita. Hoje esses “ladrões” são invisíveis, microscópicos, e querem roubar o que você tem de mais precioso e mais valioso.
E então, de 18 de março em diante nunca mais saí daqui. Começou a quarentena. Aquilo que em janeiro parecia surreal ver em Wuhan, na China, onde a pandemia do COVID-19 começou, começava como uma onda – ou seria um tsunami? – a chegar tão perto, tão perto, hoje está perto demais.
Por aqueles motivos anteriormente explicados, não posso por ora sair daqui de dentro – e também por ora nem adianta insistir, aqui vou ficar, aqui tenho que ficar. Não quero por enquanto colocar o pé para fora de casa. Preciso desse tempo. Tempo suficiente para tentar achar o equilíbrio, produzir e reforçar o que necessário for para o trabalho, que por já ser home office, me permite sobreviver aqui até se não houvesse pandemia.
Todos se ajudam em casa
Como dizia no Twitter, a minha família é uma verdadeira cooperativa, todo mundo se ajuda. Se eu precisar comprar alguma coisa para alimentação, faço uma lista de compras e peço ao meu irmão para ir. Sair como eu saía como antes não farei tão cedo. E do nada o que era normal de repente deixa de ser normal.
Nem sei como eu tô me equilibrando, mas eu tô me equilibrando. Quem me acompanha desde um bom tempo sabe do meu TOC. E talvez nem saiba como eu consigo abstrair o transtorno, fazendo um exercício para jamais repetir e jamais exagerar. O que foi feito uma vez, já está feito, por isso não posso e nem tenho necessidade de repetir. É isso que coloco na cabeça: Josi, você já fez isso!
A própria atividade de site é e não deixa de ser terapêutica. Tô aqui escrevendo, mexendo em alguma coisa, até construindo ideias novas. O que será que pode sair daqui? O mundo está mudando e essa é a maior mudança que estou presenciando. E veio do nada. Sem medo, sem pânico. Só preciso tomar cuidado.
É necessário se manter saudável, pois mortos não compram, mortos não consomem. Vivos estamos e estaremos para reconstruir e recomeçar. Seguro o suficiente para colocar um pé para fora.