Ano Novo, momento de reunião, de reflexão, de renovar desejos e esperanças para o ano que se inicia. Muita gente, como eu, prefere comemorar a virada do ano em casa, com a família reunida. E aqui em João Pessoa, tem também gente que lota a bela orla marítima da capital para celebrar o ano novo, assistir a queima de fogos, pular as sete ondas, comemorar. Mas esse ano, quando se pensa em festa de Ano Novo na capital paraibana, se pensa na situação que foi armada em torno das comemorações na orla da capital envolvendo a Prefeitura e o Governo do Estado. Para a alegria geral de quem vai para a praia na noite do dia 31, a situação já foi resolvida essa semana.
Vamos explicar a situação: a Prefeitura da Capital realiza anualmente a festa de Reveillon no Busto de Tamandaré (final da Av. Epitácio Pessoa, entre as praias de Tambaú e Cabo Branco) com atrações musicais, queima de fogos, enfim, o que toda festa desse tipo tem. Por muito tempo era a única comemoração pública que havia ali. Até que esse ano, o Governo Estadual paraibano resolve promover uma outra festa de Reveillon na capital. Mas na praia do Cabo Branco, a 600 metros da comemoração da Prefeitura, no final da Av. Beira Rio.
Houve implicâncias das partes, houve sim. E no calor de uma disputa política, uma vez que José Maranhão, governador da Paraíba, e Ricardo Coutinho, prefeito de João Pessoa, são adversários políticos e são pré-candidatos ao Palácio da Redenção. Mas como a eleição não é agora, é no segundo semestre de 2010, não é, ou não deveria ser, o melhor momento para brigas.
E assim, na escolha da atração musical, as duas esferas de poder disputam as atenções do público para saber quem vai promover a melhor festa: a Prefeitura da Capital escolheu como atração principal o grupo cubano Buena Vista Social Club. O governo estadual escolheu a Banda Calypso como atração principal. Isso tudo fora as atrações secundárias que vão abrir e fechar as festas (levando em conta que um show musical dura em média duas horas, e que ambas as festas começarão em média às 21 horas e terminarão às 4 ou 5 horas).
A população da Capital foi quem saiu ganhando com tudo isso: irá para a festa que melhor agradar, assistirá a duas queimas de fogos simultâneas e terá um quilômetro de praia para comemorar a chegada do ano, porque uma reunião entre Governo, Prefeitura e Patrimônio da União (que disciplina o uso da faixa de areia das praias) decidiu que a festa do Governo estadual seria realizada a menos de um quilômetro de distância da festa da Prefeitura. O Governo do Estado aceitou a proposta de fazer sua comemoração na parte da Praia do Cabo Branco que fica entre o Sesc e a Casa de José Américo, ou seja, a 400 metros do final da Av. Beira Rio, onde a princípio o Governo realizaria a festa. Pronto, a situação está resolvida, e as festas garantidas.
Assim Governo e Prefeitura farão a maior festa de Reveillon da história. O clima de desunião na política não irá se repetir na orla. No fim, tudo vai dar certo e a meia-noite do dia 31 de dezembro, todos irão unidos comemorar o novo ano. Que por mais que o calor das disputas políticas separem as festas, a população e os turistas presentes na orla da capital farão das duas comemorações uma única festa com dois palcos com duas atrações diferentes em dois pontos da praia. Como deveria ser e será.
