Eu não tenho um lugar favorito. Tenho dois. E em um deles não vou faz um ano e meio, mas como assim? A rotina de trabalho pós-pandemia não me tirou de onde eu moro. E os meus lugares favoritos na cidade de João Pessoa são aqueles que criei as minhas memórias afetivas. Um é o ponto de referência de uma cidade inteira. Outro é o ponto de referência da área onde eu moro. E é justamente por causa disso que elegi esses dois lugares.
O primeiro lugar é o Parque da Lagoa ficou melhor depois que virou o Parque da Lagoa. Antes estava largada. E quando a reforma iria finalmente sair, fui lá me despedir da velha Lagoa – e quem acompanha este blog há mais de seis anos viu as fotos que eu tirei. Andei pelo asfalto que um dia sumiria e vi pela última vez as paradas que eu pegava ônibus para voltar para casa. E então eu dei as boas-vindas a nova Lagoa do mesmo jeito. Já passei várias vezes por lá, fiz várias paradas para o lanche, era um lugar que eu ia uma vez por mês.
O segundo lugar é a área externa do estádio Almeidão, que fica na área onde eu moro e onde eu morei próximo no tempo que nos mudamos para a casa da minha saudosa avó na Rua dos Milagres lá em 1992. Eu era (veja como é a imaginação infantil) muito curioso para descobrir aquelas torres metálicas que não sabia onde elas ficavam fixadas. Aquele negócio grande e destoante na época das casinhas do bairro (a maioria foi demolida e virou prédio) me impressionava. Essas torres eram da iluminação do estádio, demolidas no final da década de 1990 quando foram trocadas por torres de concreto que já nem chamam mais a atenção de uma criança que já cresceu.
Mesmo ficando perto, faz tempo também que não passo pela área externa do Almeidão. Que eu gostaria que passasse pela mesma revolução que a Lagoa passou. Só precisava ampliar os estacionamentos, delimitar o terminal de ônibus e preservar uma pracinha que os próprios moradores construíram atrás do terminal que eu batizei de “Praça Mística”, por ter passado um tempo sem ir e ao voltar, descobrir a existência de uma construção com plantas, fonte, bancos, uma coisa bem mística mesmo.
São esses apegos da infância e adolescência que me fizeram eleger esses locais como os meus favoritos. E que sempre trarão essas lembranças todas as vezes que eu neles voltar. As coisas já não são mais as mesmas, os lugares mudaram, a vida muda. Mas a mística desses lugares continua lá, viva e intensa.
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