Em janeiro, Wuhan parecia uma realidade distante de nós. Coronavírus, um tema dos noticiários. Uma cidade chinesa toda fechada? Uma distopia distante. Os meses passaram e o que parecia exatamente ser uma distopia inimaginável bateu a nossa porta. A informação nos fez dar conta do que estamos passando. Estamos em uma guerra. A trincheira é a nossa casa. O nosso quarto. O nosso cantinho que para muitos é qualquer canto. Agora, mais do que nunca, é o meu refúgio.
É daqui que escrevo, é daqui que edito o blog. É aqui que ele nasceu, daqui se tornou profissional, daqui construí um pequeno império de poucos metros quadrados de território. Mas que para mim significa muito. E é daqui que me dou conta do que sempre fui: cidadão do mundo, me resguardando de um inimigo invisível dentre tantos inimigos invisíveis.
Seguir em casa, fazer acontecer
Coisas como essas ensinam muito: ao mesmo tempo que você se conecta com a sua família, com os seus amigos, com a sua comunidade, você se dá conta também que é um Planeta Terra inteiro nessa mesma condição. Estamos todos nas nossas casas, nos nossos quartos, cuidando uns dos outros. A consciência nos ensina muito! E é o que vai nos tornar mais fortes quando sairmos dos nossos quartos.
É para continuar assim que vou continuar aqui. Sem poder sair pela vida, pela minha vida e do meu semelhante. Mas logo vou ver o mundo lá fora. Diferente do mundo que eu vi ao entrar aqui em casa para não sair mais enquanto a tempestade não passar.
É como sempre falo: depois da tempestade, fará um lindo dia de Sol. Vai passar. Enquanto isso, tô aqui fazendo o que sempre fiz, na certeza de que daqui sairei mais forte.
Fica na sua casa, no seu quarto. em seu refúgio. Agora, mais do que nunca.