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#ContentTalks: Era uma vez o que era o Twitter

O bloqueio da rede social que um dia foi o Twitter levou os usuários a procurarem outras opções, como o Threads e o Bluesky. É a chance de ouro dessas redes se firmarem.
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Como todo mundo já deve saber, o X, antigo Twitter, foi adquirido pelo empresário bilionário Elon Musk. Acontece que ele se define como um defensor da liberdade de expressão, leia-se defensor da liberdade de expressão da extrema-direita, com a qual se identifica. Por conta disso, não acatou ordens de bloqueio de perfis vindos do Supremo Tribunal Federal, leia-se pelo ministro Alexandre de Moraes. O X fechou o escritório no Brasil, e foi dado um prazo de 24 horas contados da quinta para a sexta-feira para que a rede social indicasse um representante para responder pela rede no país. Musk não obedeceu, e Alexandre de Moraes determinou o bloqueio do X, que perdurou pelo final de semana, uma vez que a ordem foi expedida para 20 mil provedores de Internet. A rede social deve se manter assim até que o X indique um representante e pague as multas pela desobediência as ordens, as quais a rede já avisou que não cumpriria. Também foi restrito o uso por VPN, que permite que o usuário “mude de lugar” sem sair de onde está. Quem acessar o X usando VPN durante  o bloqueio está sujeito a multa de 50 mil reais. Ou seja, teremos um período bem longo sem o X.

Não é a primeira vez que uma rede foi avisada que seria bloqueada no Brasil por conta do descumprimento de medidas judiciais que visam combater a desinformação. O X foi bloqueado por descumprir a essas ordens. O Telegram quase chegou a passar por isso em 2022, e só não passou porque o fundador da rede, Pavel Durov, estava disposto a indicar um representante e assim o fez. Assim como no caso do X, quem deu a ordem também foi o ministro Alexandre de Moraes, e indicado o representante e cumpridas as ordens, o Telegram não foi bloqueado. Era algo tão simples: indicar quem pode receber as ordens judiciais e cumprir essas ordens sem prejudicar a rede como um todo. Só que no caso do X, Elon Musk não cumpriu essas ordens deliberadamente, e ainda fez postagens provocando o ministro. Como dito, Musk se diz um defensor da liberdade de expressão, só que irrestrita, aceitando até mesmo discursos de ódio e incitação a crimes. Ou seja, puro uso político a favor da extrema-direita para que esta se sinta a vontade para falar o que quiser, enquanto outros espectros políticos não sentem essa mesma liberdade.

Sabendo que a rede social em questão não iria operar mais, na sexta-feira mesmo eu desconectei todos os compartilhamentos do X com o IFTTT, responsável pela distribuição dos posts dos sites para as redes sociais. A partir dali, as minhas redes pararam, mas a rede ainda estava ativa até o fim da tarde de hoje na conexão que eu utilizo. Ela já não funciona mais, a rede está bloqueada. O X era uma das redes onde eu mais tinha seguidores, mais de 2150. E para reencontrar todo mundo? A gente sabe que nem sempre é possível e para além dos velhos conhecidos, vai trazendo mais gente. Mas tá, para onde? As alternativas mais buscadas até aqui foram o Threads, do Instagram, e o Bluesky, fundado por ex-executivos do Twitter. Sabendo que eu queria ocupar o máximo de lugares possíveis, eu já estava nessas redes há tempos, principalmente o Threads, onde eu estou desde o primeiro dia. Sem esquecer que também estou no Bluesky há um bom tempo, aliás, desde os tempos que a rede social era por convite. Hoje não é necessário um para se criar uma conta.

Quando muita gente entrou no Threads e no Bluesky, eu já estava lá. Quem não estava era o Luneta Sonora, só criei a conta agora. O volume de posts não mudou, sempre foi o mesmo e sempre foi consistente e inclusive foi reforçado para me apresentar para aqueles que não me conhecem ainda. E eu fiz isso justamente para que em situações como a que ocorreu, eu já estivesse com tudo praticamente pronto e andando quando as redes ganhassem mais fluxo. E isso era questão de tempo em se conhecendo o gênio da mente que comprou o Twitter, renomeou para uma letra, fez o que quis, provocou autoridades e deu no que deu. Sei que muita gente ainda não me achou nessa confusão toda, e eu até entendo, porque agora não existe apenas uma alternativa para se conectar com as pessoas e compartilhar suas impressões sobre as atualidades. E muita gente já cogitava estar no Bluesky, por exemplo, o dia em que a rede abrisse para geral e não exigisse convite, o que aconteceu e já faz um bom tempo: não precisa mais de convite para criar uma conta no Bluesky. E para quem ainda não sabe onde me encontrar, cá estão os links abaixo:

Eu estou no Bluesky e no Threads! Toque em um dos ícones e siga-me:

O Threads já é uma rede praticamente pronta, visto que pertence a Meta e foi construída com base no Instagram, o que torna mais fácil trazer as pessoas que já te seguiam por lá. O Bluesky ainda era uma rede em desenvolvimento e já foi uma rede mais beta, tanto que até um dia desses você só criava uma conta se tivesse convite, ora de alguém que lhe desse, ora se você tivesse se inscrito em uma lista de espera. Levou tempo para eu chegar até ali e consegui. Depois criei a conta da 612 Comunicação, e só hoje foi que a conta do Luneta Sonora entrou no ar, já preparada para receber os próximos episódios. Hoje eu postei o episódio 153 no site do podcast, coisa que não tinha feito na sexta-feira, quando o episódio saiu, por conta dele não ter chegado no feed. Os usuários das duas redes ainda reclamam de algumas carências que precisam ser implementadas por ambas as redes, como uma aba de assuntos do momento – os Trending Topics do antigo Twitter, que de certa forma funcionam como uma bússola para quem está na rede social, para saber quais os assuntos estão sendo mais discutidos naquele momento, o princípio da ferramenta.

O Twitter já era uma rede social deficitária e de crescimento bastante lento em termos de usuários quando Musk a comprou. Ele tentou diversificar as fontes de receita para além da publicidade que já não era lá essas coisas antes da mudança de dono. Várias empresas deixaram de anunciar no X. Tornou o selo azul, que servia para certificar como autênticas contas de empresas e personalidades, como um adereço pelo qual quem quisesse, teria que pagar. Tudo isso refletiu no valor de mercado da rede social, que de 44 bilhões de dólares, preço pago por Elon Musk para comprar o Twitter, minguou para praticamente a metade, 21 bilhões de dólares e caindo. Quanto mais esse bloqueio demorar, pior vai ser para o antigo Twitter, visto que os usuários deverão estar mais familiarizados com as novas opções, e não é uma coisa de horas igual quando o WhatsApp cai e você tem que recorrer ao Telegram. A depender da teimosia de seu fundador, vai levar dias, até meses. Até ele ceder, mas será que ele vai ceder visto que o X vai tomar ainda mais prejuízo do que já está tendo?

O bloqueio do X começou na noite da sexta-feira. Um fim de semana foi suficiente para os usuários mais frequentes encontrarem opções e já irem se adaptando para aquela que mais atende as suas necessidades, sabendo que é preciso se adaptar as duas redes justamente porque o que aconteceu já serviu para uma lição: a de que situações como essa mostram como é importante não se escorar apenas em uma rede social para compartilhar o seu conteúdo, e mais que isso, ter uma casa própria para eles, caso do meu site, onde as redes sociais são usadas para divulgar o que eu posto aqui, uma casa que eu mantenho há mais de 15 anos e que acompanhou todas as evoluções tecnológicas possíveis e imagináveis. E mais que isso, estar em várias redes sociais. Antes disso tudo acontecer, eu já estava estabelecido no Threads e no Bluesky. Como eu estou em várias redes sociais. Porque onde vocês estiverem, eu estou, com as minhas artes, com as minhas histórias, afinal, eu sobrevivi ao fim do Orkut. E a gente segue se encontrando por esses fios e por esses céus.

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