Essa pra mim, mesmo tendo 28 anos de vida, posso dizer que esse momento é o início de uma “vingança” para mim.
O de tentar entender porque muitos dizem ter revolucionado a cidade e ter esquecido de uma parte dela.
Imagine você nascer, nunca ter se mudado e perceber que tudo parece estar no mesmo lugar.
A minha mãe se estabeleceu aqui em 1972. Aos poucos, chegaram os vizinhos, a maioria está aqui há 30 anos.
Eles não se mudaram, mas mudaram de vida mesmo sem precisar sair daqui.
O trabalho melhorou suas residências, uns construíram segundo andar até.
Outros abriram negócios em casa.
A rua mudou. Foi calçada em 2000, saneada em 2004, mas a rua de trás não viu essa evolução.
De repente todo o redor começa a crescer, verticalização baixa, e em muitas ruas, vejo residências já de alto padrão.
Os vizinhos melhoraram. Os comerciantes melhoraram. Muita gente veio.
E o que a cidade nos dá em troca?
A infraestrutura não evoluiu. A feira sofreu sua última intervenção em 1978.
A mobilidade está prejudicada. Não trataram com o mesmo respeito e igualdade.
Do resto, vi o lugar onde vivo há 27 anos ser constantemente escanteado não só pelas gestões, mas pela peversa especulação imobiliária que valoriza uns cantos e joga outros na sarjeta.
E que as prefeituras passam a cabeça.
Tem gente que é babada demais, louvada demais, mas que se de mim dependesse, trataria com indiferença.
A indiferença e a frieza é o que muita gente merece. Para que saibam que não há gente burra e de joelhos, exaltando o que fizeram bem longe daqui.
Pronto, falei.