No seu tempo de infância, era comum que praticamente cada casa tivesse uma fogueira. Você concorda que hoje em dia essa é uma prática em desuso nas áreas urbanas? E por quais fatores?
Pergunta feita por este editor
Véspera de São João era um momento que em outros tempos era garantia de fumaça para todos os lados, quando você ficava até com o cheiro na pele, nas roupas, onde quer que fosse. Afinal, era o tempo em que cada casa tinha uma fogueira, e mal dava para ver a rua. Hoje os tempos mudaram pelos motivos que eu comentei ontem, na resposta sobre a dinâmica das festas juninas. A prática de acender fogueiras nas festas juninas é uma tradição que vai caindo em desuso por vários motivos, e olha que ontem ainda teve quem acendeu fogueiras em outras ruas do bairro. Só não mais aqui na rua.
As fogueiras caíram em desuso pelos motivos de saúde, por conta da questão de quem sofre com alergia e outros problemas respiratórios. Não para menos elas foram proibidas na ocasião da pandemia da COVID-19 justamente porque a referida doença era respiratória e a prática poderia sobrecarregar os serviços de saúde mais sobrecarregados do que já estavam durante o período em que aquele vírus causava sérios problemas ao ponto de mudar a nossa rotina. Apesar de tudo isso ter passado, ficaram os aprendizados.
E eu mesmo já sofri com isso por ter problemas respiratórios gerados por uma rinite. Apesar de hoje as fogueiras não serem tão frequentes como outrora, ainda tem a questão dos fogos de artificio, mas isso é um assunto para outra resposta. Hoje o que traz o clima junino são os elementos cenográficos das bandeirolas, e uma fogueira, bem, que ela seja uma fogueira cenográfica mesmo, embora nunca tenha feito aqui em casa, afinal, hoje em dia o que temos aqui é uma churrasqueira e ela atende bem o ano todo.
Além disso, vamos lembrar que o São João é uma celebração católica, e muita gente que antes acendia fogueiras nessa época hoje já não faz mais por questão religiosa, lembrando de quantos vizinhos hoje seguem a religião protestante, que lembrando, não reconhece santos. E eu já não ia continuar mais a tradição das fogueiras por conta da minha rinite, logo, consegui adaptar as tradições. Porque representar fogueiras nas artes não é a mesma coisa que fazê-las literalmente.
Como eu disse em um post do #MinhaCidade, tradições se adaptam. Para uns, pela necessidade da adaptação por um ou outro motivo, ou mesmo pela força da lei. Para outros, porque o se considerava tradição não faz mais sentido para aquilo que acreditam. A própria mudança de mentalidade em todos os sentidos nos faz muitas vezes questionar. E para quem acredita na tradição, não entende muitas vezes por qual motivo, afinal, para ela a festa transcendeu o motivo pela qual ela existe.
Com fogueira ou sem fogueira, comemoramos as festas juninas. Afinal, não é sobre um elemento em especial que nos faz nos reunirmos em torno de uma mesa, ao ar livre, comendo um churrasco ou um milho assado, ouvindo um bom forró. É sobre um motivo em especial. E motivos são tão ou mais importantes do que os elementos visíveis, das coisas que fazem parte da nossa cultura e das nossas tradições, e que ao longo do tempo, evoluem para continuarem vivas e seguirem sendo transmitidas de geração em geração.
Este é o tema “Conhecendo Você”, o primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar, com perguntas que eu respondo sobre temas de autoconhecimento e cotidiano. Inicialmente elaboradas por inteligência artificial, as perguntas passaram a ser elaboradas por mim e pelo público através dos canais de contato e redes sociais.
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