Tem horas que a internet parece forte demais pra falhar. E outras, como hoje, que tudo desaba — e a dependência que a gente tem da infraestrutura “invisível” fica bem explícita. Aconteceu: a Cloudflare, uma das principais empresas que segura a rede (sim, aquela que “protege sites, acelera tudo e evita ataques”), teve uma pane gigante. E isso derrubou boa parte da internet… inclusive meu site e os sites de alguns clientes.
Eu acordava, mas digamos que a internet não. Por algumas horas, o caos reinou, a arte qiue você vê acima deste post quase não saiu (porque o Canva foi afetado), o próprio post nem existia direito — e praticamente nada funcionava como deveria. Mas cá estou eu, para explicar o que aconteceu, por que foi por isso que a web deu bug para a gente hoje pela manhã, e também o que sites gigantes sofreram.
O que exatamente deu errado
Segundo a Cloudflare, o problema começou por volta de 6h40 da manhã (ET) — um “degradação interna de serviço” foi detectada. (Reuters) Eles disseram que viram um “pico de tráfego incomum” em parte da rede deles, e isso desencadeou erros no roteamento de requisições. (Reuters)
Ou seja: não foi uma simples lentidão, mas uma sobrecarga atípica — Cloudflare não conseguia “digerir” todo esse tráfego e começou a devolver erros (“500” e outros) para quem tentava acessar sites que usam os serviços dela.
Quem foi afetado — e por que você nem viu o site
Você pode até não ter ouvido falar muito, mas a Cloudflare é usada por muitos dos sites que a gente visita todo dia, por ser uma CDN poderosa + proteção + performance. Quando ela falha, vários clientes caem junto.
No nosso caso, meu site ficou fora do ar porque parte da estrutura ou das regras de distribuição de tráfego dependem da Cloudflare (se você usa, sabe como é fundamental). Além disso, alguns dos clientes que tenho também sofreram: aqueles que usam DNS ou CDN da Cloudflare tiveram seus sites instáveis ou inativos por um tempo. Outros sites não foram afetados — porque não dependem da Cloudflare, então ficaram “sozinho, mas de pé”.
No mundo mais amplo, muitos sites relevantes registraram problemas:
- X (ex-Twitter) enfrentou interrupções. (Reuters)
- ChatGPT / OpenAI teve erros para alguns usuários. (Reuters)
- Canva: sim, eu disse que a arte quase não saiu. O Canva usou infra da Cloudflare e também foi impactado por essa falha. (Reuters)
- Outros afetados: Spotify, League of Legends, Dropbox, Coinbase, sites de varejo, e até sistemas de transporte público (como partes da NJ Transit) relataram instabilidade. (AP News)
Ou seja: não foi só a gente reclamando que “o site caiu”, foi um apagão em larga escala em vários pontos da web.
Por que isso aconteceu (segundo a Cloudflare)
De acordo com a própria Cloudflare, a causa principal foi esse pico “anormal” de tráfego. Eles disseram que começaram a investigar bem cedo e implementaram um conserto para restaurar os serviços. (The Guardian)
Eles afirmaram também que desativaram temporariamente alguns serviços para mitigar a falha — o que é bem comum em grandes incidentes: às vezes é preciso “sacrificar” parte da rede pra estabilizar o resto. (The Guardian)
Mais tarde, eles disseram que o incidente estava “resolvido” (ou pelo menos em fase de recuperação), mas reconheceram que alguns clientes ainda poderiam ver taxas de erro mais altas ou lentidão enquanto a plataforma se normalizava completamente. (The Guardian)
E as consequências para a gente (e para os clientes)
- Nosso site / seu site
A indisponibilidade da Cloudflare significou que nosso site ficou instável ou fora do ar para alguns usuários. Isso pode ter gerado perda de visitas, mensagens de erro, ou falha no carregamento de página. - Clientes que usam Cloudflare
Alguns sites de clientes sofreram o mesmo destino: se dependem da camada da Cloudflare para DNS, CDN ou proteção, viram suas páginas ficarem inacessíveis ou muito lentas. Isso expõe uma vulnerabilidade técnica que, para clientes, é mais do que irritante: pode significar queda de vendas, de leads, ou de credibilidade. Ficou ruim até de entrar no próprio painel de hospedagem, porque ele precisa usar um recurso de “Challenges” para liberar o acesso, e de quem ele era? Do Cloudflare. - Ferramentas de criação (tipo Canva)
Como o Canva também foi afetado, a criação da arte para este post ficou prejudicada. Até fiz uma arte de emergência nas redes sociais, mas com outro app, o Adobe Express, que não usa Cloudflare. Logo, “a arte quase não saiu, nem o post”, porque a ferramenta de design ficou lenta ou inacessível. - Imagem maior
O incidente é um lembrete de que muitos dos sites que consideramos “sempre online” dependem de provedores centrais. Quando um deles falha, a reação em cadeia pode ser brutal. Isso nos dá uma lição: confiamos bastante na infraestrutura terceirizada, mas devemos ter consciência do risco.
Lições (e o que vamos fazer daqui pra frente)
- Plano B sempre: Para clientes, aconselho considerar redundância ou monitoramento mais atento. Nem sempre tudo pode depender de um único provedor, especialmente para projetos críticos.
- Comunicação transparente: Hoje eu vi de perto como vale a pena avisar os clientes rapidamente quando algo sai do normal. Mesmo sem controlar a falha, a gente pode manter a confiança se for transparente.
- Monitoramento ativo: Vale ter alertas para quedas de DNS, erros 500 ou latência alta, para detectar problemas de infraestrutura de forma proativa.
- Resiliência no design: Porque hoje, a arte quase não “nasceu”: quando o Canva caiu, a criação travou. E eu usei um plano B para a emergência do aviso. Para nós, criadores visuais, isso significa pensar em alternativas — salvar versões offline, baixar rascunhos, ter backups.
Conclusão
Hoje de manhã a Cloudflare provou que, por mais invisível que seja, sua infraestrutura é absolutamente vital para o funcionamento da web moderna. Quando ela vacila, parte significativa da internet cai junto: sites, apps, plataformas de criação, empresas, criadores.
Sim, me atingiu: meu site ficou instável, alguns clientes foi afetados, e até a arte (minha aliada no Canva) quase não saiu. Mas ainda estamos aqui. A lição é clara: depender é inevitável, mas resiliência também é.
A nuvem é poderosa — mas até a nuvem, às vezes, “pega uma gripe”. E quando isso acontece, a gente aprende a se preparar melhor para a próxima tempestade.
Agora que o pior já passou – pelo menos eu acredito – será que dá para, enfim, começar o dia? Vamos lá.










