Quando eu entrei em casa no dia 18 de março voltando do supermercado após comprar um pacote de suco em pó, parecia ser um dia normal como qualquer outro. Daquele dia em diante – e eu até contei isso aqui – não saí mais de casa e aqui estou eu. A dinâmica da rua hoje dorme e não sei quando irá acordar. Sei que só o essencial está aberto, mas preciso ficar aqui dentro. E quando eu sair, que mundo eu vou encontrar?
Naquele dia, jamais imaginei presenciar tanta coisa daqui de dentro. Como tudo desde então que até então era feito presencialmente passou a ser feito online, e o quanto a pandemia acelerou um movimento que mais cedo ou mais tarde iria acontecer, o da digitalização acelerada das nossas vidas, que até pouco tempo atrás acontecia a passos lentos.
Revoluções que eu vivi
O próprio trabalho em casa, conferências e reuniões feitas online, e até mesmo shows musicais acontecendo no conforto do seu lar ou na tela do celular. A indústria que se viu obrigada a se reinventar. Nossas vidas mudando de uma maneira que o mundo que conheci antes de entrar em casa não mais existisse. E que vou encontrar mudado assim que daqui puder sair.
O instinto de sobrevivência move as revoluções. Nesse momento eu e milhões de pessoas no mundo todo aqui estamos para isso mesmo: nos prevenir da COVID-19. Do quanto essa doença se espalha rápido. E do quanto ela vai gradualmente transformando números em nomes que conhecemos.
O mundo muda o tempo todo, mas dessa vez se viu numa transformação muito mais profunda do que qualquer outra, para garantir justamente isso: a sobrevivência. Há quem não tenha noção do quanto isso é sério. Mas é sério. E a cada dia nos tornamos fortes e preparados para um novo momento, para uma transformação que não tem mais volta.
Qual o mundo que vai emergir depois dessa pandemia? O marketing, a comunicação e tudo o que conhecemos e aprendemos nessa última década, pode crer, será outro da próxima vez que eu colocar o pé para fora de casa. Como tudo na vida.