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#ContentTalks: Fediverso

Você sabe o que é o fediverso? Se não sabe, talvez nem saiba que já esteja nele.
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Você sabe o que é fediverso? Parece uma parada bem complexa, mas quando você destrincha direito o que é, vai mudar a sua visão sobre como você utiliza as redes sociais. Afinal, você sente que realmente a sua voz está sendo ouvida nelas, ou se sente sabotado por elas? Esse assunto promete bons papos, conversas e muita prática lá na frente. Quando eu comecei a elaborar esse texto há meses, o fediverso era o futuro e eu comecei a mergulhar nele. Mas quando eu terminei este texto e finalmente levei ao ar, ele se tornou o presente, mesmo que muita gente não se dê conta de que está nele.

Mas tá, o que é esse tal fediverso? Segundo a Wikipedia, o fediverso é “um conjunto de servidores federados usados para publicação na web (e.g. redes sociais, microblogs, macroblogging ou sítios) e hospedagem de arquivos”. Vem da junção de fed (federação) e verse (universo), onde os usuários podem criar identidades em diferentes servidores, em vez deles ficarem em um lugar só, como é em uma rede social tradicional como o Facebook ou o X, por exemplo. Mas tá, de onde vem esse conceito de fediverso?

Antes de eu contar o que significa em um conceito mais amplo da palavra, saiba que isso pode ser um importante divisor de águas para a maneira que os usuários utilizam as redes sociais, ainda mais pela questão de expressão e identidade de cada um, que quer ver o que interessa e não o que os algoritmos mandam. Afinal, quem determina o que a gente quer ver? É aí que entra esse conceito, que dá mais controle e autoridade ao usuário, que não é visto como um número ou um produto, e sim como voz ativa.

Sabe as redes sociais que você costuma usar? Facebook e Instagram, mesmo distintas, são proprietárias e centralizadas na Meta, a empresa dona delas. Ela que determina as regras do jogo. É assim também com o X, que ganhou esse nome por obra e vontade de Elon Musk, que comprou o Twitter e mudou o nome. Por mais usuários que a rede social tenha e por mais que o usuário acredite ter autonomia sobre o que publica, quem modera e dita as regras do jogo é Elon Musk, e lógico, quem ele delega para cuidar de tudo isso. Por aí, se tira o exemplo do que é uma rede centralizada.

O fediverso permite ao usuário conversar com a sua identidade com várias outras, de servidores diferentes, tal como o próprio conceito básico do que isso significa. É como, por exemplo, você seguir este site utilizando a identidade que está em um outro servidor, e comentar um post sem sair de onde você está. Até então, esse conceito parecia complicado demais para quem lida com redes sociais, mas aos poucos, apareceram soluções que vieram para descomplicar esse conceito.

Até então, o Mastodon era o maior expoente daquilo que se chama de rede social descentralizada. Não é o único, e foi superado justamente perlas redes sociais alternativas que se fortaleceram justamente no vácuo do X, principalmente quando a rede social foi bloqueada no Brasile desbloqueada depois de 40 dias – e ficou ainda mais claro que não dependia só disso quando regras de bloqueio e IA irritaram usuários do X, o que levou novos usuários para essas redes, que adquiriram popularidade, e são descentralizadas. Elas ajudaram a entender melhor o que é o tal do fediverso meio que “sem querer”.

O Threads utiliza o protocolo ActivityPub, que permite, por exemplo, que você possa seguir um perfil do Threads no Mastodon. Eu tenho um perfil no mastodon.social, que é um servidor, mas a plataforma do Mastodon permite, por exemplo, que você me siga no Threads sem sair de onde você está. Este é o link do meu perfil do Threads no Mastodon. E sim, tem seguidores no meu Threads que são oriundos de outros servidores do fediverso, e não estão na rede social propriamente dita.

Já o Bluesky, que também é uma rede social descentralizada, utiliza outro protocolo totalmente diferente, o AT Protocol, sem intercambialidade com outras redes do fediverso que não usam esse protocolo. Você só seguiria outros perfis fora do Bluesky se eles utilizarem o AT Protocol. Esse protocolo permite, por exemplo, que eu utilize o domínio do meu site como usuário, o que é até uma maneira de verificar a conta e provar de fato que ela é minha, visto que só eu tenho acesso ao meu domínio na Internet.

Sem querer querendo, entramos nesse mundo das redes sociais descentralizadas. Quando eu comecei a escrever este texto, eu queria entender esse mundo muito bem. Deixei encostado por meses. Aí veio toda a onda que aconteceu durante esses meses e o resto é história. O que antes parecia ser um futuro incerto, por mais que seja o futuro, hoje já é uma realidade, mesmo que escrita por meios completamente diferentes daqueles que eu acreditava que seriam quando este texto começou a ser escrito. E por fim, esta é uma história que não para de evoluir. Assim como a nossa conectividade.

E você pode me encontrar nos feeds da vida, no fediverso ou não:

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