Uma coisa que eu considerei há muito tempo eu concretizei neste sábado: a partir desse dia, todos os sites deixaram de exibir suas versões AMP. Até porque nenhuma mais a exibia propriamente dizendo, uma vez que o Google praticamente deixou de contar com esse requisito na pontuação dos mecanismos de pesquisa. E então, para quê investir? O melhor a fazer é encerrar o suporte a esses mecanismos desde já – e deixar a estrutura dos sites menos pesada, já devia ter pensado nisso. E como um raio, vai embora.
Ao mesmo tempo, também termina aqui, depois de cinco anos, o suporte aos Instant Articles do Facebook, os quais a Meta já anunciou que vai deixar de suportar a partir de 2023. Era por causa dele que as web stories – e essas irão permanecer – sempre eram acompanhadas da mensagem “se você não conseguir visualizar, clique aqui” antes delas serem exibidas.
E há muito tempo eu apanhava do modelo de Instant Articles, não só por isso. Mas porque se esperava demais dele, mas sabe como é o Facebook: largou para todo mundo, desde o produtor independente que nem este editor até uma grande corporação.
Quem quer ler hoje quando se pode assistir vídeos curtos?
O Facebook alega que 3% do que as pessoas em todo o mundo veem no Feed do Facebook são postagens com links para artigos de notícias, e sabe o que matou esse recurso?
Ele mesmo! Ou melhor, eles mesmos, os vídeos curtos, é mais uma do efeito TikTok, do qual todo mundo teve que se adaptar nem que seja na marra; vê eu publicando desenhos todo dia nessas plataformas. Eu nem quis adotar o recurso de Instant Articles nos demais sites por causa do temor de queda de visualizações já que mal dava para contar em analytics.
O suporte para os Instant Articles será encerrado em seis meses, tempo suficiente para reavaliação das estratégias dos players de mídia. Eu já cortei logo, aqui é rapidez na estratégia. Se as tecnologias aparecem como um raio, como um raio elas se vão.
Navegadores e Google News sem AMP
Navegadores como o Brave e buscadores como o DuckDuckGo não priorizam mais as páginas em AMP, abrindo direto para as páginas móveis comuns. O próprio Google News já também não abre mais as páginas nas versões AMP, também adotando a mesma tática.
A última atualização que eu fiz no recurso de AMP podia até ser exibida em um lugar ou em outro, mas já não aparecia no Google News, por exemplo. E não aparecer lá é como não ser visto. Fora que as páginas AMP eram campeãs em problemas a resolver no Search Console de cada site.
Isso pesou para o fim do suporte a esse modelo nos sites. Eu trabalho com sites de notícias, e eu entendo desse modo a estratégia.
E eu vou lembrar disso tudo…
Não deixei de fazer história como o único site do estado da Paraíba a contar com o recurso de Instant Articles do Facebook. Sem ser de um grande grupo, sem ser de política. Eu implantei em 2016 o recurso e pensei que veriam os meus, digamos, concorrentes puxando o bonde. Mas ninguém aqui no estado apostou. E bem, a partir do primeiro post de sábado resolvi encerrar de vez ao ler a notícia no Olhar Digital. Se a Meta largou, quem sou eu para insistir?
Preocupação com um site a gente tem o tempo todo, e parece que você está dando um passo atrás, quando na verdade, não tem mais para quê manter formatos que os grandes players de mídia começaram a largar. Porque toda hora as big techs mudam. Mas aqui estou, acompanhando as tecnologias, me preocupando com o que for possível, mas nunca desistindo de uma coisa que eu amo fazer há 14 anos: cuidar de algo tão meu na Internet.
Que como um raio, vão embora. Mas aqui fica o blog. Esperando a próxima tecnologia do momento.
Em tempo: a arte de divulgação deste post foi feita com prints de Instant Articles publicadas em 2017. Ano que vem tem uma mostra com 167 prints desse formato que eu tirei de diferentes veículos de comunicação e sites dessa época, para relembrar o formato.