NĂŁo Ă© preciso perguntar se dĂĄ para extrair alguma coisa do giz de cera de qualidade duvidosa. O tipo de material influi na qualidade da arte?
Pergunta feita por este editor
Ontem eu falei sobre a história dos tocos de giz de cera. E que alguns deles eram aqueles de qualidade duvidosa, que eu não sei como é que fizeram aquilo para ser usado em escola. Muitos dos materiais que eu uso são daqueles mais båsicos, justamente porque é o que o orçamento då para cobrir no momento. Mas bem que queria trabalhar com materiais melhores, diante da evolução do trabalho e da necessidade de entregar trabalhos melhores para aqueles que gostam de ver. Se tem uma coisa que eu estou batalhando, é por melhores condiçÔes de trabalho, e isso sendo eu mesmo dono do meu próprio trabalho.
Aquele giz de cera me dĂĄ muito trabalho, e Ă© uma coisa difĂcil de esgotar. Mas eu vou procurar meios para fazer isso, atĂ© que o mĂĄximo de artes possam ser com elas feitas. JĂĄ tenho um bom material guardado para as prĂłximas artes, uma garantia de que eu vou trabalhar com o melhor que eu tenho por um bom tempo, garantindo conteĂșdo e uma bagagem considerĂĄvel de artes. E eu sei que eu preciso melhorar. Mas e dentro das coisas que eu jĂĄ faço, eu posso dizer que eu consigo extrair um bom trabalho com o material que eu tenho? Que pode ser melhor? Tudo depende do momento, e eu sei reconhecer quando o momento nĂŁo estĂĄ bom.
E eu jå passei por bons e maus momentos de tantos momentos que a própria qualidade da arte não deixa de ser um termÎmetro para medir a qualidade dos trabalhos que eu faço. E em momento algum eu posso dizer que eu regredi, pois pråtica é uma coisa que jamais se perde, sempre se melhora com aquilo que se tem. Lembro de uma coisa que eu ouvi não sei onde e levo justamente como um lema dessa reestruturação que eu estou fazendo no meu ambiente de trabalho: o de começar com aquilo que se tem, para que ao longo do tempo, eu possa ir evoluindo conforme se consegue recursos justamente para isso.
A qualidade do trabalho nĂŁo depende apenas do material. VocĂȘ atĂ© pode ter o melhor material disponĂvel, mas nĂŁo serĂĄ o suficiente se o seu trabalho nĂŁo for bom o suficiente. Se o seu trabalho Ă© bom o suficiente, vocĂȘ faz atĂ© com o que tiver, seja um material caro ou os tocos de giz de qualidade duvidosa. Eles nĂŁo sĂŁo os Ășnicos meios que eu tenho de desenhar, afinal, como eu bem disse, eu tenho materiais para trabalhar quando eu bem quiser. AlĂ©m do giz pastel, que Ă© uma das tĂ©cnicas que eu mais queria trabalhar, e pude fazer isso com algumas folhas, incluindo as coloridas, onde eu nĂŁo acreditava que eu poderia fazer algo tĂŁo bom e consegui.
NĂŁo importa a fase, nĂŁo importa o momento, nĂŁo importa o material que vocĂȘ tem. Quando vocĂȘ quer fazer algo bom, vocĂȘ consegue fazer com o que se tem e entrega o melhor que vocĂȘ pode. Eu tenho certeza de que eu consigo fazer o melhor e Ă© nessa crença que eu entrego o meu melhor para as pessoas. Com o que eu tenho. Com o que eu posso. O material que eu uso nĂŁo importa no momento, mas eu sei que conforme as coisas forem melhorando para mim, a qualidade do meu trabalho vai melhorar. E eu vou me lembrar para sempre dos momentos em que eu trabalhei com pouco e entreguei bastante.
#SetePerguntas
O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.