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ANDAR NO BAIRRO É UMA AVENTURA

Se você acha que conhece João Pessoa e não conhece o Cristo Redentor ou o Rangel, você precisa rever os […]
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Se você acha que conhece João Pessoa e não conhece o Cristo Redentor ou o Rangel, você precisa rever os seus conceitos de “uma cidade amiga dos pedestres e dos ciclistas”. Bem-vindo ao lugar onde é raro encontrar uma calçada de vergonha para exercer o livre e prosaico direito constitucional de ir e vir.

Aqui onde moro não tem ciclovia. Eles andam como querem – e como podem. Um desses ciclistas quase me atropelou na calçada hoje de noite. Mas não foi culpa de ninguém. O que mais tem aqui é ponto cego por causa das esquinas com calçadas estreitas: nem o ciclista me viu nem eu vi o ciclista. Sorte nós termos freios. O ciclista nas rodas e eu nos chinelos.

Vamos adicionar um componente pra temperar a corrida de obstáculos? Não disse que era de noite? Aqui a iluminação pública ainda é com aquelas maravilhosas lâmpadas amarelas. Em outros corredores principais da mesma João Pessoa a iluminação pública já é de LED branca.

Andar no Rangel é uma verdadeira corrida de obstáculos. Na 14 de julho você tem que dividir espaço com carros e motos que mandam a lógica do maior proteger o menor para o raio que o parta. E olha que próximo tem uma escola onde a calçada já não é maravilhosa.

Rampas de cadeirante? Aqui não tem. O mais próximo que você chega disso é na “calçada padrão” da Dom Bosco, onde as rampas levam do nada a lugar nenhum e não tem nenhuma indicação de que se tratam de rampas de cadeirante. Ah, e é mais um lugar que poderia ser confundido com uma ciclovia. Lá não é.

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Calçada da Dom Bosco. Isto aqui não é uma ciclovia, tá?

Falar do Mercado Público é uma redundância. Pior que não ter acessibilidade é o piso irregular. Tropeçar ali é mole. Se for falar de todos os problemas da feira, daria um livro de 400 páginas.

É lindo tratar das calçadas dos pontos mais conhecidos. Mas a cidade vai muito além disso. As pessoas vivem e consomem nos bairros tanto quanto no Centro da cidade. São coisas que merecem uma atenção.

Talvez um dia possa andar no meu próprio bairro sem driblar obstáculos. Não queria que esse fosse um sonho distante. Enquanto isso, segue a corrida de obstáculos nossa de cada dia.

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