Qual a maior dificuldade de quem trabalha com comunicação sozinho e sem tantos recursos?
Pergunta feita por este editor
Vamos lá: para quem até semana passada estava falando sobre ansiedade, acabo de pegar um tema difícil para iniciar a fase de perguntas feitas por humanos. Até então as perguntas do cabeçalho acima eram elaboradas por prompts que eu fazia em chats de inteligência artificial, como ChatGPT e Google Gemini. Lá atrás, era tendência. Ainda hoje, sugerem que você use. Lá na frente, vão dizer que isso vai derrubar sua pontuação no site. E esse era o único papel da inteligência artificial. Ela só pergunta. Eu respondo com os meus dedos, e olha que o teclado está bem desgastado mesmo novo, algumas letras até apagaram…
O apagar das letras do teclado reflete o esforço que eu venho fazendo há 15 anos, embora o teclado seja mais novo do que isso. Eu sonhei com a profissão de jornalista, me formei publicitário, hoje eu posso dizer que sou um comunicador, arte-comunicador, sei lá o que eu faço, mas sei como eu comecei, com um blog, que virou site, que todo mundo quis quando viu, e com um em mãos, sabe a dificuldade que é ir atrás daquele conteúdo que chama a atenção das pessoas. Como eu queria que as coisas fossem tão fáceis. Mas eu fui atrás sabendo que não, afinal, não viemos para este mundo à passeio.
A cidade onde eu moro é desafiadora para quem trabalha com comunicação sem a clássica dependência política-estatal. Costumo brincar que se eu ganhasse o que um jornalista político ou policial ganha, eu estaria feito, teria a minha própria casa, aprenderia a dirigir para ter um carro e teria todos os meus problemas resolvidos pelas próximas gerações. Mas aqui estou eu, trabalhando no mesmo quarto, na mesma parede, me equilibrando para pagar as contas com o pouco que eu recebo, mas feliz de fazer um trabalho em que eu possa dizer que é realmente independente de tudo, tendo a arte como pilar e princípio.
Um pequeno editor como eu enfrenta bastante dificuldade para comunicar. Mas não desanima. A frase não está no rodapé e no encerramento do Luneta Sonora à toa. Precisei virar multimídia. Para além do site, mantenho meus canais de vídeo para divulgar as artes e em breve poder fazer videocasts, o próprio Luneta Sonora e sabe lá o que mais eu vou inventar. Mas eu preciso ser polivalente para entregar o máximo, ou ao menos o que eu acredite que seja o máximo. E isso, repetindo, sem tantos recursos como eu gostaria. Priorizo as contas e as necessidades e quando sobra alguma coisa, eu invisto em um material de arte, em uma outra coisa, fora manter a estrutura do site.
E tudo isso brigando com os algoritmos. Nem sempre eles são favoráveis para os pequenos editores. O tema desta semana é inspirado numa situação que eu vivi no início do mês, quando vi o site ter uma queda de quase 80% no número de visualizações por causa de uma mudança de algoritmo que priorizava conteúdos autênticos, e ele meio que tentava aprender que conteúdos autênticos eram esses. Essa é uma coisa que eu sempre priorizo e não para menos eu faço o meu trabalho autoral seja em desenho, seja em texto há 15 anos. O que eu tenho que provar para o Google ou para o público? Não seria possível que o público que existe tenha perdido o interesse. Eu precisava fazer alguma coisa.
É por isso que eu digo e não vou cansar de repetir sempre que necessário: incentive um pequeno editor, incentive a comunicação independente. É ela que traz e literalmente está por dentro e no cotidiano da cidade por todos os seus pontos de vista, não só aqueles que a maioria das pessoas tem acesso. Muita coisa está escondida e é de onde eu literalmente me escondo que eu revelo que de onde eu estou, eu posso trazer o meu melhor, tanto das coisas que eu gero, quanto das coisas que por aqui existem e eu quero mostrar justamente que existem. Comunicar não é mole, mas eu estou aqui, na batalha. E dela, eu jamais vou desistir.
Este é o tema “Conhecendo Você”, o primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar, com perguntas que eu respondo sobre temas de autoconhecimento e cotidiano. Inicialmente elaboradas por inteligência artificial, as perguntas passaram a ser elaboradas por mim e pelo público através dos canais de contato e redes sociais.
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