Esses últimos três anos foram de mudanças intensas. Coisas que aconteceram, aconteceram quando tinham que acontecer. Mas se tivesse que destacar uma mudança positiva na minha vida, seria a de trabalhar apenas com o que eu me identifico. E bem, aqui estou eu trabalhando em algo que me faz feliz.
Quando você é artista, não se dá a competência de ocupar o lugar de um designer, que realmente estudou a respeito daquilo. Fazer marcas não é como desenhar. Foi um aprendizado incrível, mas eu entendi que eu não me via mais fazendo marcas, porque eu estaria ocupando um lugar que não me pertence.
O que eu mais queria muito, de verdade, era voltar para as minhas origens e para os meus motivos de estar aqui. Quis estar na comunicação para contar histórias e registrá-las, e muitas vezes senti que perdi um pouco disso e queria muito recuperar. Talvez agora, já formado, me sinto bem para redescobrir esse caminho.
E eu estou conseguindo fazer isso. Aqui eu me redescobri, num caminho que eu mesmo pavimentei. Nesse canto virtual que eu construí há quase 15 anos com um monte de filiais nas redes sociais, para poder espalhar os meus desenhos e os meus recados.
Não, voltar as suas origens não quer dizer que você deu um passo atrás, muito pelo contrário. Você precisa dar passos à frente para aquilo que você mais ama fazer, e eu quis de certo modo reconstruir o meu patrimônio de desenho e me reencontrar nese meio, além de trabalhar com textos, crônicas e outras coisas mais com palavras.
E essa mudança me fez bem. Só por isso ela foi positiva para mim. Me conectei com todos os mundos que eu criei e todos os outros que eu visitei através do meu trabalho.
E é isso que me faz feliz. É isso que importa.
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