Mídia e engajamento

Olha, falar que a mídia engaja é um pouquinho difícil. Ela tem o poder natural de engajar, mas de que maneira? Será que ela não tem segundas intenções como muitos profissionais egressos do mercado que já trabalharam com mídia comunitária e acham que é credencial suficiente para ser gestor ou político? Por aqui tem muitos…

E são esses que não gosto de engajar por enxergarem a mídia como um trampolim para projetos políticos. Muitas vezes com incentivo dos patrões, que sabe como é, sempre vão arrumar um jeito de entrarem na política para garantir verbas para seus veículos. Senão eles próprios, os seus colaboradores.

É mole manter um veículo de mídia com verba pública, enquanto nós, comunicadores independentes até mesmo desses assuntos, damos os nossos pulos para manter os nossos projetos em pé. Eu mesmo nem sei como consigo, com pouco, mas com muita vontade de criar. E nem é segredo.

Vários veículos de comunicação locais aqui da capital paraibana, principalmente de mídia televisiva, promovem eventos musicais, com prestação de serviços, numa dessas tentativas de engajamento. Há duas semanas, três emissoras locais promoveram eventos desse tipo, e elas exibem programas policiais de meio-dia. É uma coisa que me deixa ainda mais com o pé atrás.

A mídia é uma máquina tão ou mais poderosa do que a máquina pública. Não para menos a chamam de quarto poder (se bem que esse termo se refere a imprensa, mas dá na mesma). A gente, como comunicador, tem a intenção de mudar, e como profissional de mídia, tem que entender que, se você envereda pelo outro lado, tem que saber ser vidraça na mesma proporção que foi pedra um dia.

E antes de apontar erros, estamos sujeitos a errar.