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A terceira saída

Por que uma terceira saída, ou melhor, mais um viaduto teve que ser construído no bairro do Cristo? Simples, duas saídas não tem dado conta sozinhas.
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Há vários anos, as saídas do bairro do Cristo mudaram, levando em consideração para quem ainda continua sem entender que aqui é um corredor viário de passagem: deixou de ser somente origem para ser um lugar onde o pessoense escolhe passar para ir até a Zona Sul. Hoje, existem duas saídas do bairro para os demais. Afinal, estamos literalmente no centro geográfico da cidade. E está sendo construída uma terceira saída com o viaduto a ser construído no final da Ranieri Mazzili. Tanto que nas matérias sobre esta obra, você vai entender pelo ponto de vista de quem mora no Rangel – bairro colado no Cristo Redentor – há 35 anos.

A saída do Geisel teve o seu problema praticamente resolvido com o Viaduto Eduardo Campos, porém o tráfego não é tão intenso se comparado o tráfego que sai da Ranieri Mazzili. Tanto é que vamos focar exatamente na outra saída que temos, justamente a do final da Ranieri Mazzili, porque ela é péssima e porque alguma coisa precisava ser feita com urgência por lá. Afinal, ofereça opções ao invés de concentrar tudo nas artérias mais movimentadas da cidade. Mas tá, porque era necessário fazer uma terceira saída, ou melhor, um viaduto? É aí que eu gostaria de conversar com você.

Isso se deve a péssimos projetos que foram realizados lá, e nem conto as alterações bizarras feitas embaixo do Viaduto Sonrisal, ops, do Cristo Redentor, praticamente o cerne de todos os problemas que acontecem nesse trecho, lembrando que esse viaduto é o começo da Hilton Souto Maior, que vai ligar a BR – e o próprio bairro do Cristo Redentor – ao bairro de Mangabeira.

Quando esse viaduto foi construído há uns 25 anos, o único problema que ele conseguiu resolver foi o tráfego da BR, que passa liso, mas embaixo, foram feitas várias alterações de pista ao longo desse tempo e nada. Quem passa de carro nota isso. Pior ainda são os trajetos do transporte público prejudicados até hoje por essas alterações. Veja o arrodeio que uma linha de ônibus como a 502, do Geisel, precisa fazer para sair da BR e ir para a Epitácio Pessoa. Se esse trecho tivesse um ajuste, a linha de ônibus não precisava perder todo esse tempo.

Imagine então o que seria o 201-Ceasa se não tivesse sido extinta. Quando foi, ainda havia um girador no José Américo para auxiliar. Hoje esse girador não existe mais e a linha daria uma volta imensa só para ir até o Unipê. E enfrentaria o tráfego da Hilton Souto Maior. O que é mais prático: a existência de uma “linha direta” ou o aborrecimento de estar preso no congestionamento por que os últimos projetos desenvolvidos lá não focaram nos trajetos do transporte público? Só ver o quanto as linhas que atualmente passam lá e precisam ir para a Epitácio arrodeiam demais e sem necessidade. Simplificar itinerários não custa nada, mas depende do viário.

Ao longo desse tempo que a obra estiver acontecendo, porque ela começou na semana passada, eu vou comentando um pouco sobre o que está sendo feito e o que mais precisa ser feito. Em assuntos assim, vai sair textões enormes e episódios épicos do Luneta Sonora, e antecipo que o episódio de amanhã trata sobre isso.

O trânsito do bairro está intenso demais para se contentar somente com lombadas em cruzamento, porque ninguém respeita a velocidade das vias de mão dupla que ainda existem, e não se tem um planejamento de tráfego decente por aqui. Ainda.

Quando eu digo ao longo desses quase 15 anos de site, nos tempos de blog, que o tráfego do bairro do Cristo é subestimado, a cada momento a realidade se impõe. Mas eu sei, muitos não acreditam.


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