Na semana passada, falei sobre a plataforma de pagamentos do WhatsApp, com todos os detalhes possíveis de algo que seria liberado adiante. Mas vai com calma, WhatsApp: você vai ter que esperar – e convencer – se quiser implementar esse recurso de fato. Ela terá que se explicar com dois órgãos se quiser levar isso adiante.
E se quiser levar adiante, tem que se explicar para dois órgãos competentes:
O primeiro é o Banco Central
Ontem o Banco Central determinou a suspensão desse recurso, ou seja, ele sequer deve chegar no momento. Segundo o Banco Central, seria necessária a realização de uma avaliação de riscos para evitar o que, segundo ela, seriam “danos irreparáveis no que se refere à competição, eficiência e privacidade de dados.” E isso tem suas justificativas quando o aplicativo é um veículo já bem utilizado em golpes.
Ainda de acordo com o Banco Central, essa foi uma decisão tomada para “preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato”. Em outras palavras, o recurso não poderia funcionar sem autorização do Banco Central, simples.
O segundo é o CADE
Já o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE – barrou o recurso justamente porque ele não te daria opção – se você fosse comerciante – de escolher por onde você quer receber o dinheiro. Pelo recurso inicial, todo mundo que quisesse vender pelo WhatsApp teria que criar uma conta na Cielo, que cobraria 3,99% sobre o valor das transações. O que dificultaria por exemplo que outras administradoras pudessem ser esse intermediário oferecendo taxas melhores – isso se chama concorrência.
Desse modo, WhatsApp, vai com calma, e recomece do zero. Se a história do Libra do Facebook não foi suficiente para eles aprenderem que todo mundo desconfia de todo lançamento do Facebook que envolve gerir dinheiro, o que mais pode ser…