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#ContentTalks: o quão longe vai esse negócio do Twitter?

O negócio do Twitter conseguiu render uma #ContentTalks pela segunda semana seguida. O quão longe vai isso tudo?
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Eu nunca pensei que poderia escrever uma #ContentTalks para complementar outra da semana passada, mas isso aconteceu. Na semana passada, eu estava falando justamente da intenção do Twitter – ou melhor, de Elon Musk – de vender o selo de verificado a quem estivesse disposto a pagar oito dólares para comprar. Pois bem, no dia seguinte, isso aconteceu. E bem, o quanto vai longe esse negócio do Twitter? Ninguém lá que sobrou sabe. Deu confusão? Muita!

Na semana passada, a intenção virou realidade quando o novo Twitter Blue foi lançado já com o adendo do verificado a quem quisesse pagar. Só que isso provocou confusão de cara, uma vez que era necessário diferenciar quem tem o selo de verificado por mérito do que quem tem por que comprou. Isso foi feito – basta clicar no selo para verificar a procedência do mesmo. Houve até desenvolvimento de extensão no Google Chrome por desenvolvedores independentes para facilitar essa busca.

A princípio, as contas mais notáveis passaram a receber um outro selo, o de “Oficial” abaixo do user. Não foram todos os verificados por mérito que receberam. Ainda.

Mas poucos dias de venda do Twitter Blue foram suficientes para causar um estrago que para qualquer um já estaria previsto, mas Musk pagou (bilhões de dólares) para ver. Trolls pagaram pelo Twitter Blue, conseguiram o selo, e adivinha: se passaram por celebridades e empresas para fazer anúncios que as contas de verdade nunca fariam. Para a Eli Lilly, uma indústria farmacêutica, foi trágico: bastou uma conta falsa com o nome da empresa soltar um tweet escrito “Temos o prazer de anunciar que a insulina agora é gratuita.” que as ações da empresa caíram 4,3% e a empresa perdeu milhões de dólares na molecagem que, logicamente, saiu do ar. Para quem não sabe, a Eli Lilly é fabricante de insulina e chega a vender um frasco da substância, essencial para quem sofre de diabetes, por quase 275 dólares nos Estados Unidos – diferente do Brasil, onde você consegue insulina pelo SUS, lá nos EUA você tem que pagar.

E esse é só um exemplo do estrago que o “liberou geral” do verificado é capaz de fazer, isso fora a enxurrada de processos que o Twitter vai com certeza tomar. Mina a reputação da empresa? Claro que sim! E nem mencionei que várias empresas estão pausando os anúncios na rede social.

Diante desse caos, as vendas do Twitter Blue estão suspensas até que se ache um jeito de resolver isso, mas logo serão retomadas. E Elon Musk até anunciou, para tentar recuperar a credibilidade junto as empresas, que daria a elas o poder de verificar contas que estão a elas associadas – não está claro como vai ser isso, mas supomos que uma empresa grande verifique as contas de suas filiais. É mais ou menos por aí.

A verdade é que de duas semanas para cá, o Twitter está de pernas para o ar. Mas estamos sobrevivendo na rede para saber justamente até onde ela vai. E assisto com essa rede social o mesmo filme que eu já vi no WhatsApp no tempo da atualização da política de privacidade, quando muita gente considerava mudar de aplicativo de mensagens como Telegram, Signal, para no fim a poeira baixar e as pessoas esquecerem dessas alternativas. Com o Twitter é assim e bem, o final do filme você já viu a partir do exemplo que eu citei agora.

E bem, esse negócio do Twitter segue rendendo, e se for necessário, abro outras #ContentTalks no seu dia certo, a segunda-feira, além de comentar o assunto no Luneta Sonora igual eu fiz nesta sexta-feira. Dá tempo para juntar outras peripécias que forem acontecendo ao longo da semana.

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