odo final de ano tem aquele momento em que o mundo revela o que realmente moveu as pessoas — e o Google entrega esse retrato com o Year in Review. Aqui no site, essa série virou tradição desde 2020 e inspirou a criação do #TrendTalks, que nasce exatamente dessa vontade de conectar o conteúdo com os fatos, mudanças e inquietações que marcam o Brasil e o mundo. É a combinação perfeita entre curiosidade, comportamento e comunicação: os dados mostram o que buscamos e nós interpretamos o que isso significa.
Agora que a lista foi divulgada, começa o ritual que eu adoro repetir: olhar para o ano pelas lentes das buscas. Descobrir o que disparou, o que surpreendeu, o que virou conversa global. E como sempre, preparei tudo com atenção — passei a manhã organizando o material assim que os dados saíram. A partir de quinta-feira, você acompanha aqui no site uma sequência de análises que continua na sexta e no sábado, destrinchando o que o mundo procurou, o que isso revela sobre nós e como isso conversa com arte, cidade e comunicação — os pilares que movem este projeto.
Como o Google chega aos dados do Year in Search — e por que vale a pena acompanhar
O Google não divulga simples “ranking bruto” de buscas mais feitas — ele busca capturar o pulso, o pulso coletivo, o que mudou. É aí que entra o Year in Search: ele identifica as consultas que mais dispararam em volume ao longo do ano, em comparação com o ano anterior. Ou seja: não vence quem é sempre popular — vence quem cresceu, quem surpreendeu. Isso revela tendências, momentos culturais, curiosidades e transformações reais no interesse das pessoas.
Para construir essas listas, o Google usa dados agregados e anônimos da base de busca global. Não há informação individual. Ele trabalha com amostras aleatórias de buscas, cruzadas com normalizações de volume: em vez de mostrar “X buscas”, o sistema mostra índice relativo de interesse (de 0 a 100), onde 100 representa o pico de interesse no período analisado.
Esse processo garante duas coisas importantes: privacidade dos usuários e possibilidade de comparar termos diferentes num mesmo eixo de tempo e território. Isso torna o Year in Search um retrato confiável do que “todo mundo” — ou uma grande parcela — estava buscando no mesmo momento.
Além disso, o Year in Search não se limita a buscas exatas — ele trabalha também com “tópicos”: grupos de termos que representam o mesmo conceito, pessoa, evento ou tema, em diferentes idiomas e variações, oferecendo uma visão mais consistente e global do que realmente importa.
Por fim: as tendências apontadas não são simplesmente as buscas mais frequentes — são aquelas com maior crescimento relativo no ano, o que ajuda a capturar viradas culturais, curiosidades instantâneas, movimentos inesperados e momentos de real impacto.
Por que faço a série de posts de Year in Review — e quando você vai acompanhar
Desde 2020, o site tem trazido a análise da lista do Year in Search como uma tradição de final de ano. São retratos de comportamento, cultura digital e contexto global, filtrados pela lente do tripé que guia o projeto: arte, cidade e comunicação.
Com a lista oficial de 2025 sendo divulgada hoje pela manhã, reservei a manhã para fazer o recorte, organizar dados, estruturar insights e preparar tudo com calma. Resultado: a série de posts de análise entra no ar já a partir desta quinta-feira — e se estende na sexta e no sábado, trazendo diferentes olhares sobre os dados, o que eles refletem de comportamento e o que apontam sobre o futuro.
O objetivo não é apenas mostrar o que mais buscou globalmente, mas traduzir o significado desse volume: o que diz sobre cultura, sobre hábitos, sobre as inquietações do mundo — e talvez, sobre o que move as pessoas aqui na cidade, no Brasil, no contexto em que vivemos.
O que a metodologia do Google revela — e onde ficam os limites
A força da metodologia está na amplitude: milhares de buscas anônimas, normalização de dados, consolidação por tópicos e comparação ano a ano. Isso transforma o Year in Search em um indicativo de “ondas culturais” — o que explodiu de interesse, o que mobilizou atenção, o que chocou, o que encantou.
Mas vale fazer a ressalva: os resultados não entregam números absolutos de buscas — e sim um índice comparativo. Ou seja: não sabemos quantas vezes exatamente a consulta foi feita. Sabemos apenas que sua busca cresceu (ou não) comparada a outros termos e outros períodos. Isso significa que, em análises ou em comparativos, o mais relevante não é o volume em si, mas a intensidade da variação.
Além disso, a versão pública do Year in Search vêm “filtrada”: o Google adota critérios de curadoria — nem todo pico vira destaque, e as listas tendem a privilegiar eventos globais ou culturais de ampla ressonância. Em outras palavras: há o dado cru e há o recorte editorial. Essa interseção entre dados + curadoria é o que torna o resultado não apenas informativo, mas também narrativo.
Por fim, o fato de os dados serem agregados e anônimos impede que se tracem perfis demográficos, geográficos ou individuais precisos — o Year in Search revela o coletivo, o global, o macro. Isso já é valioso por si só: o foco é entender tendências, não indivíduos.
O valor para quem cria conteúdo, comunicação e cultura digital
Se você lida com redes sociais, comunicação, criação de conteúdo ou só gosta de estar antenado — o Year in Search é ouro puro. Ele mostra:
- Quais temas capturaram atenção em massa, úteis para pautas, memes, conteúdos reflexivos.
- Mudanças de interesse coletivo — contextos que mudaram o comportamento de busca.
- O pulso cultural global (e muitas vezes local), abrindo oportunidades de conexão entre o que é global e o que cabe à sua comunidade.
- Insights sobre “ondas de curiosidade”, que podem ser antecipadas para campanhas, posts, artigos.
Para o nosso site, é um atalho: pegamos esses dados, traduzimos para o português/brazilês, cruzamos com nosso olhar sobre arte, cidade e comunicação, e transformamos em conteúdo com significado — não só dados frios.
Conclusão — O ritual de fim de ano que vira contexto, insight e conteúdo real
O Year in Search não é só um “Top 10 de buscas” — é o espelho do mundo em um segundo específico. É o momento em que milhões de buscas convergem, viralizam, questionam, celebram, assustam. Essa convergência revela quem somos, o que queremos, o que tem valor agora.
Este ano, como todos desde 2020, vamos trazer esse retrato. Começa hoje, com continuidade na sexta e sábado. Fica de olho: eu vou destrinchar os dados, interpretar as ondas, olhar para as nuances — e traduzir tudo isso em reflexões, contexto e conteúdo.
Porque informação sem interpretação é só dado. Aqui, a gente transforma dado em história.











