Um plano que parecia promissor

Não é sempre que a gente consegue realizar todos os planos que eu tinha em mente quando eu conquistei o meu espaço próprio. E eu mesmo nem esperava isso. Não dá para ir de zero a cem em segundos. A gente faz um monte de planos e acredita que vai conseguir fazer tudo de uma vez assim que conseguir conquistar o seu espaço. Mas gente, calma! Primeira coisa que eu quero falar, calma. É muita coisa de uma vez. É muita informação com a qual a gente tem que trabalhar. Muita coisa que a gente precisa organizar. Planos que parecem promissores nem sempre se realizam, mas isso não quer dizer que eles nunca mais vão se realizar. Significa que naquele momento não era o tempo, não era o momento. E tá tudo bem.

Mas tá, porque tá tudo bem? Porque todos nós temos as mesmas 24 horas, e pelo menos oito delas, a gente usa para dormir. Então nos sobra pelo menos 16 horas para realizar tudo aquilo que a gente precisa realizar. Mas a gente tem os nossos planos atuais que a gente precisa colocar em andamento, ao mesmo tempo que já começa a pensar em novas ideias. E eu mesmo tinha várias do tempo que eu dividia o quarto com o meu irmão, e que fui deixando para frente assim que eu soube que eu teria um quarto próprio. Algumas coisas eu consegui viabilizar tão logo eu consegui o meu espaço próprio, outras ideias eu tive que deixar esperando. Isso não significa, lógico, que as ideias não serão realizadas. Elas estão apenas em “stand by”.

Um dos meus planos envolvia folhas de A3 que eu ganhei ou comprei, tenho dois blocos de papéis A3: um que eu ganhei, um que eu comprei. Isso há anos, porque eu não tinha espaço para fazer desenhos naquelas folhas. Jamais iria me desfazer das folhas, porque eu queria muito fazer uma série de desenhos maiores. O tempo ainda não me permitiu fazer o que eu queria fazer, mas eu vou fazer, afinal, se tem uma coisa que a gente tem que colocar em mente, é justamente isso: ideias tem o seu tempo de serem colocadas em prática. Não significa que o fato de você ainda não conseguir fazer é sinônimo de simplesmente não poder fazer. Ideias tem o tempo certo para serem colocadas em prática.

E são muitas coisas: no caso das folhas A3, eu ainda não tive tempo. No caso das telas, não tive recursos, porque para pintar telas, eu precisaria gastar com materiais que são mais caros do que os materiais de desenho, e eu já não tenho mais os materiais que eu usava nos tempos de curso de pintura há vinte anos. Uma das minhas metas é justamente recuperar esse material, assim como eu quero recuperar softwares de edição com os quais eu trabalhava há dez anos. Queria levar mais a sério essa vontade de trabalhar com visual, me definir como um criador visual, um artista visual, coisas assim, nessa linha. Sei que para isso, eu preciso trabalhar com as limitações que eu tenho.

Os meus planos parecem promissores apenas na minha imaginação, e eu quero manter essa chama viva, afinal, foi assim que eu comecei a reconquistar coisas que eu não conseguia, e cada pequeno passo que eu vou dando é importante para cada grande passo que eu planejo dar lá na frente. Desafiar as limitações que você tem é o primeiro e mais importante passo. O próximo é manter essas ideias consolidadas e abrir espaço para novos planos ainda mais promissores, na certeza de que não existe limite para sonhar, e se a gente tem 16 horas livres para realizar, nas oito restantes que a gente chama de “hora de dormir”, a gente pelo menos tem tempo para se dedicar a sonhar.