Planos futuros para o ambiente

Quando não se tem o espaço por completo e o que se tem é um compromisso, que não diria que foi uma promessa, você faz planos mirabolantes para que aquele ambiente tenha a sua cara. Muitas vezes planos que vão além dos seus recursos, do que você tem e do que você realmente precisa para poder tornar aquele espaço um espaço estruturado, um espaço que tenha a sua cara. Quando o compromisso é cumprido e você agora tem o espaço, você avalia pedaço por pedaço desse espaço e vai tornando realidade o que você tanto sonhou, dentro das suas possibilidades, dentro daquilo que você chama de objetivo cumprido.

Eu agora tenho o quarto. Metade dele está do jeito que eu planejei. Metade dele ainda conserva o que um dia ele já foi e não mais voltará a ser. Ainda é necessário retirar um guarda-roupa, o que resta do beliche, recuperar a parede atrás do guarda-roupa e pintar as paredes de azul. Os planos mais concretos que eu tenho para o meu quarto são aqueles que eu posso cumprir nos próximos dois meses, acreditando que em pelo menos três meses eu tenha a forma definitiva do que o meu quarto vai ser. Mas uma coisa eu consegui nesses primeiros dias de quarto novo, mesmo que seja o mesmo quarto onde eu estou há mais de duas décadas: encher de vida e das minhas coisas.

E quando eu digo sobre encher o meu quarto de vida, não digo somente encher paredes vazias de coisas que sejam a minha cara. É entender que eu quero estar à vontade no meu ambiente, e para que eu consiga atingir esse objetivo, o que eu quero é que esse ambiente seja a minha cara. É por isso que eu pedi que as paredes fossem pintadas de azul, e logo, o quarto voltará a ter a janela aberta, e não só uma como um dia já foi por um bom tempo, as duas janelas que o quarto tem voltarão a ser abertas. Isso não é possível hoje por causa da própria limitação física do beliche, que bloqueia uma das janelas e estava rente de onde um dia foi a minha cama.

Eu sei, parece a coisa mais simples do mundo que abrir a janela seja um plano futuro, mas diante dos obstáculos existentes que estão sendo eliminados, eu poderia dizer que sim, esse é um objetivo futuro, talvez o mais próximo que eu consiga atingir nesse momento. Mas ainda há outros planos. O que eu consegui, como móveis, eu entendo ter o suficiente e não preciso de novos por enquanto. Quero que os que eu tenho durem. O único móvel novo de verdade que vai entrar no quarto vai ser a minha cama, visto que o que existia é um beliche, e o que existe de maneira improvisada usa parte da estrutura do beliche.