Os trabalhos avulsos acabaram

Nos tempos em que as relações de trabalho não eram reguladas por contrato, alguns clientes pediam trabalhos avulsos. Não se inclui nisso os clientes que pagavam valores mensais mesmo sem a existência de um contrato, afinal para esses eu podia fazer os serviços que eu bem quisesse porque eu tinha a garantia mesmo que informal do pagamento, o que agora se tornou formal e de mais confiança. Mas tinha aquele cliente avulso. Aquele que contratava o serviço de site e acha que não precisa de mais nada. E olha que eu oferecia os serviços de manutenção mensal, mas eles resistiam. Só queriam pagar por um serviço se fosse para um problema ou alguma coisa a mais que eles quisessem implementar naquele momento.

Só que tem uma coisa que você que está lendo este texto e certamente nunca contratou um site precisa entender: o serviço de site não termina quando você entrega o site. Não se trata de um site que você cria como cria uma conta de rede social. Ele vai ter problemas em algum momento que certamente você não vai saber lidar. Tipo, por exemplo, sair do ar em um momento de revertério que nem aconteceu comigo um tempo desses, e eu precisei quebrar a cabeça para resolver. Mas eu posso quebrar a cabeça porque fui eu que montou o site e tenho contato com a hospedagem. E quem não tem essa experiência, lida como?

É nesse ponto que eu quero chegar. Quando um site dá problema, quando ele sai do ar, quando o tema ou o plugin fica bugado, quem você vai chamar para resolver o problema? Quem montou o site! Que é quem pode descrever os problemas de uma forma mais técnica para o suporte da empresa de hospedagem. É por isso que existe a manutenção do site, e é por isso que ela precisa ser paga todos os meses. É para isso também que serve um contrato, afinal, um site é um serviço. Como eu bem disse e eu quero repetir, a relação não termina quando o site é entregue. Ele precisa ser mantido por alguém que entende do serviço.

É por isso que portais de notícias tem equipes dedicadas para cuidar desse aspecto, para que os jornalistas só precisem utilizar o editor e todos os recursos. É por isso que os trabalhos que eu faço não podem ser avulsos, afinal, os clientes de site precisam de mim o tempo todo, afinal, algum problema pode acontecer e eles sabem com quem contar. E ninguém conhece melhor um site do que aquele que montou. Conhece até melhor do que o jornalista responsável, que precisa daquela ferramenta de trabalho, e que justamente pelo fato de que jornalismo é tudo aquilo que não se quer que se publique, que um site ou blog de notícias precisa ser atualizado de maneira constante, não só para quem lê, mas nos bastidores.

Eu lido com profissionais autônomos, que trabalham para blogs, que estão livres de amarras de grupos de comunicação e trabalham para si mesmos, como um modo de reafirmar a sua independência editorial, passando confiança para quem lê. Muitas vezes, jornalistas incomodam, e essa é a função deles: incomodar mesmo, afinal, se você acredita que um site de notícias deve apenas trazer notícias positivas para o seu político preferido, procurou o lugar errado: isso é função para publicitários, essa foi a carreira que eu me formei, mas bem, eu não sou só um publicitário aqui neste site. Sou um monte de coisas que eu escolhi fazer e que eu gosto de fazer.