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O colorido do período

Você tem visto e analisado as propagandas eleitorais e se deparado com o colorido do período?

O tempo passa tão rápido que a gente não se dá conta – quanto mais eu que anteontem completei 36 anos de idade – que daqui a 10 dias é mais uma eleição municipal. Você tem visto e analisado as propagandas eleitorais e se deparado com o colorido do período? Visto as propostas dos candidatos? O quanto prometem mundos e fundos sem saber se vão realmente cumprir ou se estão dentro da realidade da sua cidade? Tem certeza de que essas propostas se sustentam? Tem certeza de que as propostas não se atropelam umas às outras, porque é o que mais tenho visto por aqui, onde as campanhas continuam sem entender o dinamismo da cidade, ainda presas a uma mentalidade da década de 1990 que a gente já não vive mais.

A gente faz tantas perguntas diante das campanhas, ainda mais eu, que sou analítico até demais por conta do modo como eu vivo a cidade e por causa da formação de publicitário que me deu um olhar mais diferenciado para as estratégias de cada um, afinal, para além de analisar as propostas, eu olho as próprias campanhas. E eu nunca vi tão coloridas, com umas combinações de cores dignas das artes digitais que eu faço – e é porque eu observo tendências e como as pessoas se sentem confortáveis diante de uma determinada combinação de cores. Mas eu tenho visto bem mais do que isso nas campanhas eleitorais deste ano…

Uma coisa que tem sido meio que uma tendência na criação visual das campanhas é o uso de quadradinhos coloridos com ícones, devo ter visto umas 20 peças com esse mesmo padrão, fora o uso de fontes mais descontraídas, para quebrar aquele ar de seriedade que um momento desses exigia no passado. Afinal, por mais que as discussões sejam sobre coisas sérias e caras ao futuro das cidades, sempre tem aquele momento de entretenimento nas campanhas de rua, e isso passa pelos jingles empregados nos eventos. Aliás, uma coisa que parece ter arrefecido é o uso de carros de som, não tenho ouvido, aposto que nesse ponto devem ter restringido ou considerado que essa estratégia não é tão eficiente assim.

É lógico que o marketing político é importante, mas em termos de eleição municipal, tão importante quanto são os contatos que você consegue fazer. Não para menos dá para mensurar esse termômetro nos passeios que eu faço, ao ver os muros das residências. Hoje em dia, muros não podem ser mais pintados. Mas pode colar aquele adesivo na porta, o que dá para mensurar bem rua por rua quem são os mais populares, além de distribuir panfletos, e falando em panfletos, se tem uma coisa que é fascinante é o trabalho das gráficas, eu já estive em uma em uma visita técnica e eu achei aquilo tudo o máximo. Pense num lugar que eu estaria realizado é numa gráfica, e eu gosto de coisas gráficas.

O resultado dessas estratégias e se o colorido do período fez efeito para alguém, a gente vê depois do dia 6. Enquanto isso, quem trabalha com marketing político deve estar tentando as suas últimas cartadas e estratégias. Eu não queria estar na pele de quem trabalha com isso, que eu entendo ser uma pressão mais intensa do que o de uma campanha comercial, porque não é uma campanha feita para que você compre um produto. Não é uma campanha de venda, é uma coisa completamente inversa, porque quem precisa do resultado é quem está anunciando, no caso, o candidato. É um jogo, não deixa de ser, é muito diferente de uma campanha comercial, não deixa de ser punk.

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