Sabe aquele período divertido de campanha eleitoral que eu comentei na semana passada que ia começar no dia seguinte? Começou, e começou daquele jeito. Não que pudesse esperar nada muito diferente dos de sempre e de umas figuras que eu nunca vi na minha vida, mas eu nunca vi algo começar tão movimentado, com todos os componentes possíveis de uma eleição municipal onde todo mundo finge se importar com os problemas do seu bairro, mas no fundo, você não tem certeza da sinceridade de muitos daqueles que passaram por você, e ainda vão passar, afinal, temos só sete dias de campanha! Sete dias. Somente.
E como teve de tudo, principalmente aquilo que eu pensei que não seria possível: alguém se lembrar da minha rua. Houve quem filmasse os buracos da rua onde eu moro – se é que eu posso dizer que tem buracos, eu passo todos os dias – e postasse nas redes sociais, e olha que eu nem vi isso ainda se é que postaram. Como foi alguém que eu nunca vi na minha vida eu nem vou saber seu nome. Houve obra paralela em outra parte aqui da rua, tem mais de 10 nomes relacionados ao bairro onde eu moro entre conhecidos, desconhecidos, veteranos e novatos, todos eles vão prometer de tudo sem saber o que realmente faz um vereador – se bem que eles sabem, mas vale iludir quem ainda não sabe qual o verdadeiro papel de um vereador.
E não só isso. Em outro ponto mais distante do bairro, houve até quem se sentiu impedido sabe-se lá por quem se não pudesse fazer campanha, sendo que todo mundo pode fazer o que bem entender em todos os perímetros do bairro, afinal, não se chegou a níveis extremos de falta de segurança por aqui. Mas uma coisa eu posso dizer, de tantas coisas que eu gostaria de dizer: eu conheço o lugar onde eu moro, e os lugares onde ando. E toda essa quantidade de histórias que eu acumulei aconteceram nos primeiros dias, primeiras horas de campanha eleitoral. Isso mesmo: tudo isso nesses primeiros sete dias, hein? O que mais pode acontecer até o início de outubro por aqui?
Só sei de uma coisa: eu vou continuar acompanhando tudo o que for acontecer, e se necessário for, eu vou incomodar, porque eu acredito que pelas coisas que eu conheço e pela cidade que eu ando, eu posso realmente incomodar algumas pessoas. Eu sei, elas não me conhecem, mas vão se impressionar comigo. Talvez algumas pessoas precisem ser incomodadas por alguém que conhece a cidade mais do que os próprios candidatos, que ok, dizem que formularam suas propostas baseados nas andanças que fizeram na cidade, mas eu te digo uma coisa: nenhum deles andou tanto quanto eu. E eu nem sou candidato a nada, hein? Sou só um publicitário que tem um site que entrou no ar quando ainda era estudante do Ensino Médio.
Seguimos acompanhando esse período divertido, qualquer coisa eu estou por aqui, e talvez nem espere as quintas-feiras para escrever outros relatos como este, mas saibam que até pelo menos o início de outubro, as quintas-feiras estão reservadas para relatos como esses. Mas o que eu mais queria é que esse empenho que sempre aparece nesses meses fosse uma constante o tempo inteiro. Talvez as coisas pudessem ser melhores do que já são, pelo menos é isso que eu acredito, se relatos como esse continuassem a ser ouvidos no ano que vem, e eu possa dizer que alguma coisa conquistamos nesse período divertido. Enquanto isso, a gente só observa, e bem, relata, o melhor que eu posso fazer, fora incomodar, é claro.
