Festas juninas e combinação de cores

As ideias que eu tenho para as artes digitais geralmente parecem as mesmas, mas tem um propósito e um estilo. E não só nas artes digitais, as tradicionais também tem esse propósito e estilo. Não quero fazer coisas muito elaboradas, quero combinar cores e formas, basicamente isso. Em tempos de inteligência artificial roubando a cena e os empregos de designers e desenhistas, a mão e a mente humana são mais do que valiosas para a arte e para a criatividade. É algo que eu sempre vou ter um pé atrás. Podem me chamar de velho se quiserem, eu tenho 36 anos. Posso até ter a mente aberta para muita coisa, mas para a criatividade, eu sou bem rígido com as minhas ideias.

As flores sempre trouxeram essa possibilidade para a combinação de cores, bem como as paisagens, como as marinhas ou as árvores solitárias em uma serra. Já fui de fazer arte abstrata, mas parei de fazer há um bom tempo, por acreditar que as pessoas não entenderiam o que eu expresso nesse tipo de arte. Tipo, as pessoas veem formas aleatórias e sei lá, não entenderiam. Elas se encaixam mais em outras coisas que eu possa fazer. Trabalho muito com a percepção e o movimento, e eu entendo que expressar isso através de figuras faz mais sentido, ainda mais quando você trabalha o seu estilo. E é pelo seu estilo que as pessoas te reconhecem.

Por essa razão eu sempre faço artes mais figurativas, com formas, mandalas, as flores não deixam de ter esse ar de mandala por conta da multiplicação de formas para fazer as pétalas. De uma surgem duas, de duas surgem quatro, de quatro surgem oito, de oito surgem dezesseis e por aí vai. É um estilo que eu trabalhei com o tempo, e que faz com que as artes digitais tenham de certa forma uma marca registrada, um estilo a ser seguido. E trabalha com o quê? Combinação de cores. É isso que as festas juninas trazem em sua essência máxima, e uma vez por ano eu trago o colorido das festas para as minhas artes. Todas elas.

Bandeirolas, balões, fogueira, elementos decorativos que eu sempre vejo ao redor todo meio de ano e em um clima ameno – seria exagero dizer que é frio, mas não diria que é calor. É um meio termo do clima, diria. O calor do momento quem traz são as pessoas, e é esse calor humano da festa que eu quero transmitir em cada arte tradicional ou digital. O colorido das bandeiras e dos balões pendurados nos terraços das casas enfeitadas pelos moradores, onde cada um faz o seu arraial, é uma das coisas que mais me chama atenção e que eu quero trazer para quem ainda não conhece ou ainda não sentiu esse clima.

É essa combinação de cores e formas apresentado de uma forma diferente e temática que vocês vão conferir a partir da semana que vem no site e nas redes sociais, em mais um dos meus eventos anuais, como eu sempre gosto de fazer desde que passei a ter um blog, posteriormente este site, há quase 16 anos. Trazer eventos anuais e reforçar tradições é uma das minhas marcas. E é isso que você vai conferir a partir da próxima semana, todos os dias, nas cinco séries de arte da agenda semanal. A primeira totalmente concluída com antecedência, feita com todo o capricho possível, tendo somente o trabalho de postar. Está tudo pronto para a festa que vai durar um mês inteiro. E desde já, você está convidado.