Sabe aquele momento em que todo mundo tem uma solução pronta para todos os problemas da cidade que ninguém nunca pensou? É ele, o período de campanha eleitoral. E ainda mais da eleição mais, digamos, cara a cara de todas elas: a eleição municipal. É aquele período divertido que acontece a cada quatro anos. Sim, eu sei que eleição tem de dois em dois anos, mas eu falo especificamente das eleições municipais, aquelas bem raiz, cara a cara, olho no olho, onde chamar atenção é fundamental para conquistar votos e iniciar uma projeção para voos maiores nas eleições gerais, aquelas em que se elege deputado, senador, governador, o Presidente da República…
Quando eu digo que eleição municipal é cara a cara, é por ser aquela eleição em que os candidatos podem ser pessoas que você conhece, e não estão distantes da rotina das comunidades, coisa que os candidatos aos cargos majoritários são um tanto quanto, sempre são mais aqueles líderes projetados de outros tempos. Mas tentam se inserir na rotina dos bairros mesmo que não conheça a realidade e a rotina deles. Rola de tudo um pouco nas campanhas de eleição municipal. Imagine para quem trabalha com comunicação então? Na faculdade eu peguei a cadeira de Marketing Político, outra das minhas cadeiras de desempenho excepcional improvável, depois da de Mídia. Ainda bem que eu me mantenho firme na minha independência.
Se você não entendeu a Lista de Desejos, o período dela coincide com as eleições municipais por isso: por serem aquelas promessas famosas de candidatos a vereador que dizem representar os bairros onde moram, e eu quis especificamente representar as promessas mais frequentes e outras nem tanto, devidamente adaptadas para aquilo que deveria ser o mais racional possível. O candidato a vereador geralmente foca em uma determinada comunidade, mas não tem força suficiente para transformar promessas em ação. Porque é um cargo legislativo. Ele formula leis de interesse da cidade como um todo, sem especificidades sobre um bairro ou outro. Tem aquela parte de requerimentos, mas isso eu acredito que qualquer um de nós possa fazer sem intermédio.
O que vai aparecer de promessa sem noção não é brincadeira. Pode se preparar porque nas próximas horas você vai ver muito disso. Muitas vezes se joga no vento aquilo que muitas vezes não é viável nem está em consonância com o que se planeja para o futuro da cidade, além das particularidades de cada bairro, as quais nem sempre são lembradas. Tem coisas que precisam ser lembradas como um conjunto e outras com as suas devidas particularidades. Como se votam em nomes, muito disso se perde em nome desses projetos em torno do candidato, e não no coletivo. E isso de um certo modo atinge a independência de quem trabalha no meio de comunicação, haja vista a quantidade de páginas de jornalismo político, blogs e outras coisas mais desse meio.
Ao longo das próximas quintas-feiras eu vou conversar mais com vocês sobre esses aspectos, afinal, como eu sempre gosto de dizer, eu não apenas escrevo, eu converso com as pessoas mesmo que eu não saiba quem está do outro lado. São aspectos que vão desde como a comunidade reage aos candidatos que fazem campanha no bairro até como isso é lido pela publicidade, visto que quem está nas agências contratadas para desenvolver campanhas eleitorais já se envolve desde bem antes desse período. Tudo isso com a visão de cidadão me perguntando se tudo isso é para mim e sobre mim, no sentido de trazer melhorias para a minha vida. Aquele período divertido está começando, e só observar não basta para contar a história.