CRÔNICAS DE UM JOGO DE FUTEBOL EM DUAS MÍDIAS- PARTE 2

No último post, vocês acompanharam a primeira parte da atividade de História da Comunicação que consistia em acompanhar um evento […]
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No último post, vocês acompanharam a primeira parte da atividade de História da Comunicação que consistia em acompanhar um evento esportivo em duas mídias. E nós começamos pela televisão.

Link: Crônicas de um jogo de futebol em duas mídias- Parte 1

E como é acompanhar o jogo pelo rádio? É o que você vai ver a seguir.

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p align=”justify”>Tirando a imagem: o jogo na rádio

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p align=”justify”>Na falta de rádio para ouvirmos o segundo tempo do jogo, vamos usar o elemento agregador de conteúdo (mais conhecido como Internet) para captar sinais de rádio da partida. Achamos o sinal de uma emissora que está transmitindo o jogo: a Rádio Globo de Belo Horizonte.

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p align=”justify”>Já temos a primeira substituição do jogo, realizada pelo Vasco da Gama. E agora não temos mais o apoio da imagem para saber quem é Tenório, o jogador que entrou no segundo tempo. Como o segundo tempo da partida não começou, dá tempo de passar um rápido retrospecto do jogador.

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p align=”justify”>O segundo tempo do jogo começou com uma batelada de informações passadas pelo locutor de rádio. Mas a gente sabe que ele está lá, na mesma Arena Independência. Dá para ouvir o canto da torcida do Atlético ao fundo “Vamos ganhar galo”.

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p align=”justify”>“Refletores acesos, vai caindo a tarde”. E dá para ver que o time (me perdi completamente) bateu na rede pelo lado de fora. Pronto, soube que era o Atlético.

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p align=”justify”>Pela quantidade de coisas que o locutor fala, quem não está familiarizado com uma partida via rádio se perde completamente como eu estou às vezes me perdendo. Mas quem está lá, na Arena Independência, está ouvindo com o seu radinho de pilha (que pega AM ao contrário do seu, do meu, dos nossos celulares) ali, para saber o que está acontecendo. É um apoio para o torcedor que está lá no estádio.

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p align=”justify”>A emissora veicula uma chamadinha rápida do Premiere FC. Propaganda na transmissão radiofônica tem que ser relâmpago mesmo.

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p align=”justify”>Volta o locutor trazendo o placar e o tempo do jogo. Tudo narrado com aqueles efeitos sonoros de efeito alarme para chamar a atenção de que é essa a informação que ele está passando.

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p align=”justify”>E o locutor anuncia a falta. Tá para sair um cartão. Não sei se saiu, mas Ronaldinho Gaúcho vai cobrar uma falta. A menos de 3 metros do gol (e tudo isso sem os elementos da telemetria da televisão). Ronaldinho erra o lance. O que eu ouvi foi isso. E o repórter descreve em detalhes o que havia acontecido naquela falta.

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p align=”justify”>Mesmo não vendo absolutamente nada, é possível sim acreditar nas informações. Na emoção que o locutor passa no instante do jogo, nem dá para sentir saudade do auxílio que a imagem dá. Lembrando que estamos fazendo a descrição do jogo em uma rádio que pertence ao mesmo grupo que controla a emissora de TV; as transmissões da Rádio Globo e da TV Globo tem cada qual o seu estilo de transmissão e dinâmica.

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p align=”justify”>O repórter alerta sobre o gol de outro jogo. Já neste aqui que eu estou acompanhando, nada de gol. Zero a zero e o jogo vale a liderança do campeonato. No momento o Atlético segue na liderança. E o Vasco continua (amigo leitor, não é piada) vice.

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p align=”justify”>O bom de selecionar uma emissora de rádio de outra cidade é a sensação de estar no lugar de transmissão dela. O rádio tem essa de se integrar com o lugar onde você mora. Considero essa uma maneira de viajar sem sair de casa.

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p align=”justify”>E nada de gol. Será possível que eu não vou ouvir um gol nesse jogo? Como eu queria descrever como é um gol via rádio, a emoção do lance, o grito da torcida, mas Atlético e Vasco não querem colaborar com o meu relatório.

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p align=”justify”>O locutor imprime mesmo a emoção e dá aquela força. “Simbora galão doido”… Coisa que você ia estranhar se ouvisse essa expressão de um locutor de TV.

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p align=”justify”>E acabamos de (olha o gol) receber a informação de mais uma alteração no Vasco. A expressão entre parênteses indica mais um gol que aconteceu em algum jogo do Campeonato Brasileiro. Na falta do sinal da televisão…

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p align=”justify”>Gol do Grêmio, gol do Corinthians, é informação demais.

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p align=”justify”>Mais uma falta para Ronaldinho Gaúcho cobrar. Vai errar de novo? Errou. Espalmou o goleiro. E a torcida canta, e os ouvintes ouvem.

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p align=”justify”>Aqueles altos alarmes estão de volta informando o placar do jogo. Zero a zero. O canto da torcida se ouve mais uma vez na transmissão da Rádio Globo. E mais uma falta para Ronaldinho Gaúcho cobrar… Já é a terceira, a oito metros.

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p align=”justify”>Cinco (ou seis) homens na barreira. E agora, Ronaldinho acerta? Errou de novo, a bola bateu na barreira.

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p align=”justify”>Depois de muito tempo, sai o gol. Gol do Atlético. Toda a vibração do locutor. Toda a música, o canto da torcida. Gol de Jô. O “xará” salva a pátria deste relatório aos 24 minutos do segundo tempo.

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p align=”justify”>Minutos depois o locutor passa toda aquela emoção e vibração do gol do Atlético que passou há alguns (dois) minutos. Festa no Independência. O Atlético abre quatro pontos de diferença sobre o vice Vasco da Gama.

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p align=”justify”>Mais uma falta de Ronaldinho. Mais uma defesa do goleiro do Vasco. Pelo visto ele está em sua melhor forma. Ele participou do lance do gol do Jô. E o jogo já vai em 30 minutos do segundo tempo. Na falta da imagem, senti que pude descrever melhor o jogo sem ver nada, ouvindo pela rádio, do que pela televisão. Será que pelo fato do rádio não exigir a concentração total do espectador, como já ouvi nas aulas de rádio na faculdade?

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p align=”justify”>Cartão amarelo para o Juninho. Jogador de onde mesmo? Ah, do Vasco, camisa oito. O locutor reforça o placar de 1 a 0 e a situação da tabela do campeonato. E eu ouço vaias. E eu ouço vibração. Mais uma vez ouço os ruídos da torcida na rádio. Imagine quem está lá ouvindo esta transmissão.

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p align=”justify”>Passamos das duas mil palavras, 33 minutos do jogo, um texto que virou uma verdadeira crônica esportiva a qual nunca havia escrito antes. Que experiência que eu adquiri de comunicação ouvindo um evento em duas mídias. Outra substituição e mais um cartão amarelo. Me perdi de novo e me encontrei várias vezes. Mais me encontrei do que me perdi na transmissão de rádio, e eu pensando que iria acontecer o contrário comigo.

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p align=”justify”>Nova substituição, dessa vez no Atlético Mineiro. 38 minutos de jogo. Estamos prestes a acompanhar a conclusão do jogo.

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p align=”justify”>No decorrer do jogo são passadas vinhetas de 10 segundos dos programas da Rádio Globo. Isso quando não acontecem os lances de efeito.

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p align=”justify”>O jogo já vai encaminhando do seu final e o Atlético vai vencendo o jogo por um a zero e confirmando a liderança do campeonato até este instante momento. O Vasco pouco fez para correr atrás do gol de empate. Não tem chance de conseguir a liderança nesta rodada se continuar assim nem mesmo se empatar.

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p align=”justify”>Faltam dois minutos para terminar o jogo e o Atlético ainda vai realizar a sua terceira substituição. Bola colocada a 20 metros da linha de frente da grande área em mais uma falta. Mais um gol em outro jogo. Mais um impedimento neste que eu estou acompanhando. Acho que o juiz vai dar mais um acréscimo…

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p align=”justify”>O replay de um jogo de rádio nada mais é que o repórter que acompanha a partida descrever o lance. Ronaldinho sai de campo para ser ovacionado pela torcida do Atlético Mineiro. Será substituído por Richarlyson.

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p align=”justify”>O jogo vai até os 48 minutos. Bem que disse que o jogo iria ter acréscimo. E finalmente estou terminando essa descrição de um jogo de futebol em duas mídias. E tremulam as bandeiras alvinegras. Do Atlético.

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p align=”justify”>Vai terminar o jogo. Bem que o torcedor do Atlético quer isso logo. Quer mais é cantar e comemorar. Está na liderança do campeonato. O locutor interrompe sua fala para permitir ao ouvinte ouvir a torcida cantar. Apita logo, juiz…

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p align=”justify”>…E fim de jogo com sinal sonoro e mais uma vez o locutor passando a emoção da partida. O Atlético vence o Vasco por um a zero, gol de Jô. O time mineiro abriu quatro pontos de vantagem sobre o vice Vasco da Gama.

Este relatório se tornou uma verdadeira crônica sobre um jogo de futebol em seis laudas. Agora a eu sei como é acompanhar um jogo de futebol em duas mídias. E como é a sensação de ouvir numa rádio.

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