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A cicatriz das valas abertas

Sua rua foi pavimentada sem ter sido feito o esgotamento sanitário, coisa que foi feita cinco anos depois. Por conta disso, tiveram que abrir valas na rua. Ela nunca mais foi a mesma depois dessa ...
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Sua rua foi pavimentada sem ter sido feito o esgotamento sanitário, coisa que foi feita cinco anos depois. Por conta disso, tiveram que abrir valas na rua. Ela nunca mais foi a mesma depois dessa intervenção?

Pergunta feita por este editor

Quando a rua foi pavimentada no final de 1999 para o começo de 2000, foi pavimentada como foram várias ruas da cidade: sem o esgotamento sanitário feito. Acontece que em 2005, existia um plano para que o bairro fosse 100% saneado – e eu posso garantir que até hoje a meta não foi atingida por pouco, coisa de 99%, e para tal, seriam necessárias obras de esgotamento sanitário que atingiram até mesmo as ruas principais, levando a desvios do tráfego, do transporte público, enfim, era vala para todos os lados quando se acreditava que as coisas estariam resolvidas para sempre, até mesmo as valas de lama que foram eliminadas na pavimentação.

Mas faltava o esgotamento sanitário. E isso foi feito sacrificando a pavimentação de várias ruas e o asfalto de outras tantas, e nisso se inclui a minha rua. As dificuldades para sair e chegar em casa para ir a escola ou para qualquer lugar que você quisesse por conta disso são inesquecíveis. De início, você precisava desviar das valas e dos bancos de terra que ficaram por conta das escavações. Mais tarde, seria até para pegar ônibus, já que até as vias principais foram escavadas. Tinha dias que eu ia para o curso de desenho que eu mal sabia onde pegar o ônibus, porque eu mal sabia onde os motoristas poderiam parar, alguns nem paravam.

Voltando para a minha rua, as cicatrizes do esgotamento sanitário demoraram para passar. A obra demorou um pouquinho, depois foi a vez de tampar as valas e nisso a rua ficou suja de terra até a alma. O excesso de terra foi retirado por caçambas que não foram tão frequentes quanto as dos tempos do calçamento, e teve até vizinho que ajudou tirando a terra que estava na frente da casa dele para dentro, para terraplanar o terreno da própria casa. Foi um caos, eu me lembro disso. Depois refizeram – ou tentaram refazer – o calçamento, e aquela rua que tinha um calçamento incrível, nunca mais foi a mesma.

Eram visíveis os calombos e as lombadas que não deveriam existir, e isso sem contar os afundamentos ao longo da rua, paralelepípedos soltos e outras pérolas que até hoje ainda perduram na rua, tornando o calçamento praticamente desfigurado em vários lugares. A rua não foi entregue do mesmo jeito que encontraram, e as cicatrizes dessa obra estão visíveis até hoje em vários lugares, seja pela pavimentação que não ficou do mesmo jeito que foi encontrada, seja pelos remendos que precisaram ser feitos ao longo do tempo, e olha que chegaram a fazer uma escavação anos depois que deixou uma parte da rua com um calombo no meio.

E sabe quando a maioria dos buracos foi tampada? Em 2021. Em um total de 32 remendos feitos com malha asfáltica em toda a rua, como uma colcha de retalhos, o que é assunto para outra pergunta. Quanto ao esgotamento sanitário, pelo menos a metade dos moradores aderiu, deixando de depositar os esgotos nas clássicas fossas para conectar direto com a tubulação da rua. Uma das casas que não aderiu ao esgotamento foi a que eu moro, isso graças a duas fossas que foram cavadas na construção da casa entre 1992 e 1993 que de tão profundas, até hoje não encheram por completo 30 anos depois. Lembrem-se que a minha mãe planejou a construção da casa de onde eu escrevo este texto.

A meta dos 100% de saneamento para o bairro, como dito anteriormente, não só não foi atingida em 2005, como ao longo dos anos foram feitas obras de saneamento em outras ruas do bairro sem causar tantos transtornos para as ruas onde elas foram realizadas. Em algumas, a reconstrução do calçamento foi perfeita, em uma via principal, o saneamento foi feito na calçada para não interferir nem no tráfego, nem fosse próxima de um posto de gasolina que existe na rua para não interferir nos tanques. Até nas vias de asfalto a reconstrução foi perfeita, em algumas outras houve recapeamento asfáltico feito anos depois. E aqui na minha rua, restou ser feito uma operação tapa-buraco, que vendo a rua como está hoje, digo que precisa ser feita novamente.

Este é o tema “Conhecendo Você”, o primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar, com perguntas que eu respondo sobre temas de autoconhecimento e cotidiano. Inicialmente elaboradas por inteligência artificial, as perguntas passaram a ser elaboradas por mim e pelo público através dos canais de contato e redes sociais.

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