Você acredita que existe perfeição na arte — ou o erro é parte essencial dela?
Pergunta gerada pela inteligência artificial e respondida por mim
A arte é perfeita aos seus olhos, e imperfeita a outros. A perfeição absoluta não existe, e eu sei disso. Não para menos, e isso pouca gente sabe, só quem sabe mesmo são aqueles que acompanham o meu trabalho há uma década, que as séries de cadernos possuem uma regra básica, que é o de desenhar o que quiser com uma folha do caderno, não importando como e de que forma, com uma regra básica para evitar que uma crise de ansiedade coloque todo o trabalho a perder, uma vez que o que motivou a criação das séries foi justamente uma crise de ansiedade forte. A regra é única, a regra é clara: não arrancar nenhuma folha.
O próprio conceito dos cadernos de folhas expressa explicitamente isso: se o caderno é de 80 folhas, as 80 folhas vão ao ar e é assim que vai ser todos os sábados, como está sendo. Se o caderno é de 48 folhas, as 48 folhas vão ao ar. Se uma folha é arrancada, esse compromisso todo se perde, e tudo isso por conta de uma crise de ansiedade que eu poderia controlar. E nesses 12 anos que eu desenho em cadernos com base nesse desafio, eu estou conseguindo. Até aqui foram ao ar 11 séries de arte com base em cadernos, e dessas 11, duas estão em andamento. Nas nove que foram concluídas, em nenhuma delas houve uma folha arrancada. Ou seja, estou com 100% de aproveitamento e mais de 600 artes produzidas.
Eu entendo que eu estou em uma terapia comigo mesmo, onde esse desafio é fundamental para o controle da minha ansiedade com base naquilo que eu sei fazer de melhor, ou no que eu acredito que eu sei fazer. E ao mesmo tempo, é um compromisso que não pode ser quebrado com quem está vendo a minha arte. É a arte como ela é, com nenhuma folha sendo arrancada só porque uma arte é imperfeita. Os desenhos são como são, as artes são como são, com seus defeitos, que as artes podem ter. E isso é normal! É como eu trabalho, é o meu estilo e nada muda isso. É desse jeito que eu amenizo as minhas crises de ansiedade.
Se tem uma coisa que a arte não é, é a tentativa de ser uma fotografia, porque a própria fotografia por si só pode ser uma arte, e cada um tem o seu jeito de retratar o mundo, seja através de uma lente, seja através de lápis e papel. A arte é diferente e é única para cada um que a faz. A arte tem o seu estilo diferenciado dependendo de quem a fazer. É o que torna a arte fascinante: ser o elemento de identidade de uma pessoa para além de sua impressão digital. As pessoas reconhecem quem fez aquela arte só de bater o olho e ver, embora assinar seja necessário, é claro, mas o seu estilo é único e faz a sua arte ser reconhecida.
A arte não precisa necessariamente ser perfeita. Só precisa ser ela mesma. E a minha é como ela é, porque a arte é diferente de pessoa para pessoa, tendo um estilo único de pessoa para pessoa. A minha é assim, com combinações de cores e ideias muitas vezes aleatórias que eu vou tendo e transformando justamente em arte, porque ela é isso: o meio de transformar ideias aleatórias em coisas reais, mesmo que só no papel. É sobre isso e tá tudo bem, sempre falo isso, mas quem me conhece sabe como eu trabalho, e como eu encaro a arte como uma terapia, um escape, ao mesmo tempo que ela é um pouco da minha identidade e trago para vocês todos os fins de semana. Do jeito que ela é.
#SetePerguntas
O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.











