O que você aprendeu com o último erro que cometeu em um projeto criativo?
Pergunta gerada pela inteligência artificial e respondida por mim
As séries de cadernos foram criadas por conta da maior crise de ansiedade que eu já tive, na época da faculdade. Era um momento em que eu queria parar e largar tudo, e tive um surto enquanto eu estava na preparação de TCC, o maior trabalho que eu fazia naquela ocasião. Me pediram que eu fizesse uma pausa e descansasse por um momento, porque eu tinha uma saúde mental a zelar. Foi nessa que eu comprei um caderno de 48 folhas, uma caixa de lápis de cor, e tive uma ideia para me ajudar a driblar o medo de errar: eu deveria desenhar todas as folhas do caderno, uma por uma, sem arrancar nenhuma das folhas dele.
Foi assim que surgiu o #48folhas, e desde então, lá se foram 11 cadernos: quatro de #48folhas, quatro de #96folhas, dois de #40folhas e um de #80folhas, sendo este último iniciado há duas semanas, e o último caderno de #48folhas está em andamento. A ideia era que os cadernos fossem uma parte permanente da minha identidade, onde eu podia combinar as formas que eu quisesse, as folhas que eu quisesse, e lá se foram mais de 600 folhas desenhadas, e contando. Desde 2022, esses desafios ficaram mais intensos quando eu incluí as séries na agenda semanal do site. As ideias nunca são planejadas: elas simplesmente aparecem, e eu as aplico no papel.
Para criar as séries de arte, eu precisava calcular as datas, ter uma previsão de quando as séries iriam ser encerradas, coisa que eu sempre faço. As duas séries que estão em andamento tiveram os cálculos de data feitos não por contar no calendário, mas por inteligência artificial em um prompt “De tal data até tal data, quando começa e quando termina?”, ao criar as bases dos roteiros para as publicações. Assim eu tenho as previsões exatas das séries em andamento. Sei que em julho do ano que vem eu entrego a série de #48folhas, e em março de 2027 eu entrego o primeiro caderno de #80folhas. Tá tudo registrado nos roteiros que eu criei pela inteligência artificial.
E o último desenho do quarto caderno de #96folhas foi feito em maio deste ano, para ser publicado em outubro. Precisei antecipar todo o caderno por conta da mudança do quarto, de modo que desenhei 17 folhas em pelo menos dois dias, lembrando que os desenhos que eu faço são rápidos. E no último desenho da série, lá estava que a série foi concluída no dia 5 de outubro, quando eu deveria ter colocado o dia 4 de outubro. Considero que uma série de cadernos foi concluída quando ela foi totalmente publicada. É o que aconteceu com nove das onze séries de cadernos que eu tenho no site – lembrando que duas delas estão em andamento.
O que aconteceu naquela última folha do caderno foi um aprendizado de que é preciso admitir os erros e aprender meios de como evitar que eles se repitam, tanto que o erro foi justificado foi registrado no post do desenho, porque eu não tinha mais como consertar, só fui ver o erro com o desenho já pronto e editado, que é quando não tem mais volta, do jeito que foi editado e finalizado, é do jeito que vai ao ar, com erro se estiver errado, porque as séries de cadernos e folhas são exatamente sobre isso: os erros acontecem e fazem parte do nosso processo criativo, e só o fato do desafio consistir em não arrancar as folhas dos cadernos explica a finalidade das séries de arte que eu faço atualmente.
Mas o que eu aprendi em relação aos erros não foi com essa folha do caderno. Aprendi a ser transparente, mostrar o que está errado quando não é possível consertar. Não para menos existe um tema aqui no site chamado “Hora da Errata” que é acionado sempre que algum erro impossível de ser corrigido precisa ser mostrado e justificado, para que novos erros não se repitam. E todos os domingos, trago uma série chamada de “Erros e lapsos” nas redes sociais, também mostrando que todo mundo erra, e a gente precisa aprender com os erros que acontecem no nosso meio, em especial no meio de comunicação e redes sociais.
Afinal de contas, a gente é humano, e está sujeito a errar. E de certo modo, os erros que a gente comete são fundamentais para entender exatamente isso: que não somos máquinas e não fazemos coisas 100% perfeitas. Podemos errar uma sombra, podemos errar um volume, podemos errar, simplesmente. E o que está certo ou errado está registrado, a melhor forma de corrigir é fazer uma nova obra, com o erro apresentado na obra que eu postei anteriormente devidamente corrigido na obra que eu apresento naquele momento. A gente se aprimora e guarda as primeiras tentativas para se lembrar que tudo teve um começo. Fazemos o que podemos e o que está dentro do nosso alcance. E tá tudo bem.
#SetePerguntas
O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.