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Meu jeito de criar

Qual lembrança da infância mais influencia o seu jeito de criar hoje?

Qual lembrança da infância mais influencia o seu jeito de criar hoje?

Pergunta gerada pela inteligência artificial e respondida por mim

A criatividade não é algo que se desenvolve da noite para o dia. E nem dá para esperar que ela seja rápida de se desenvolver. Como tudo que precisa ser caprichado para ser o que ela é, precisa ser muito bem desenvolvida desde os primeiros passos. Ela é como uma semente que precisa ser plantada, cuidada, cultivada, para se desenvolver e virar uma árvore frondosa, que até hoje dá frutos. E ela precisa de cuidado permanente para se manter viva. Quando eu digo que a criatividade é um organismo vivo, é sobre isso. É sobre estimular a criatividade desde o primeiro momento em que você está aqui e ainda não entende como é que isso funciona.

Comparando com uma árvore, entendendo como cuidar, fazendo o possível para que ela continue sendo o motor que movimenta não somente os meus projetos, mas a minha vida, afinal de contas, o que seria da minha vida sem a criatividade? Talvez essa seja a graça da vida. E é a partir dos primeiros passos que a gente dá, na infância, que ela começa. A gente descobre muita coisa do nada, muitas vezes até se sujando de tinta, de lama, de areia. Mas descobre, porque é da nossa natureza descobrir o novo e descobrir aquilo que nos faz felizes e satisfeitos com uma coisa que a gente cria através das nossas próprias mãos.

Lembra de quando eu falei sobre os desenhos no barro da rua, onde tudo começou? Pois bem, se eu for te dizer qual a lembrança da infância que mais influencia o meu jeito de criar hoje, não teria como não falar de outra coisa senão dos tempos da rua de barro, a única tela que eu tinha, com os únicos recursos que eu tinha. Tudo na frente de casa, ao meu alcance, no momento em que eu quisesse, sabendo que em algum momento, eu poderia apagar os desenhos e fazer tudo de novo. Ou algum carro passar e deixar as marcas de pneu. Ou alguém pisar em cima, afinal, não tinha calçamento, nem mesmo calçada. Não tinha problema, fazia tudo de novo e segue o jogo.

Foi na efemeridade daqueles desenhos que tudo começou. E a partir do momento em que o progresso chegou e a rua foi pavimentada, foi o momento de mudar, dar o próximo passo, e sonhar que outros passos seriam possíveis. Que era possível guardar as lembranças no papel. Que era possível transformar o papel em qualquer coisa. Que era possível sonhar em levar tudo isso para um computador. E esse era um sonho que eu acreditava que seria impossível. Acreditava, porque eu não só consegui trazer os meus sonhos para um computador como eu posso compartilhar esses sonhos com o mundo inteiro, para quem quiser ver.

O meu jeito de criar não foi um jeito que surgiu ontem. Precisou de tempo para se desenvolver, e até hoje se desenvolve, afinal, criatividade é uma coisa que se alimenta o tempo todo, na base da atualização, na base do aprendizado, na base de tudo que a gente pega através da rotina. Da areia para o papel, do papel para o computador, sem esquecer do papel que eterniza as lembranças de uma forma que eu possa tocar, esse é o meu jeito de criar, esse que você vê todos os dias, e que independente dos recursos que eu tiver nas minhas mãos, o que eu aprendi no barro da rua está na essência das coisas que eu crio todos os dias.

O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.

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