Hoje, 24 de setembro, é um daqueles dias que eu carrego no calendário não só pela passagem do tempo, mas porque é o meu aniversário. Em 1988, quando eu cheguei ao mundo, muita coisa acontecia ao mesmo tempo — e talvez isso ajude a explicar o quanto cada vida se entrelaça com a história que acontece lá fora.
Enquanto eu abria os olhos pela primeira vez, no Brasil a democracia também ganhava fôlego: era ano de eleições municipais, no ano seguinte seriam as primeiras eleições presidenciais depois de quase trinta anos, uma marca do país que buscava se reconstruir depois de anos difíceis. Do outro lado do mapa, a NASA lançava o ônibus espacial Discovery, retomando seus voos após a tragédia do Challenger.
São lembranças que não presenciei conscientemente, claro, mas que mostram como o mundo estava em movimento no mesmo instante em que a minha vida começava. Três décadas e sete anos depois, olho para trás e penso: quanta coisa aconteceu, quantas mudanças atravessaram a vida de todo mundo — e como, no fim, tudo passa rápido demais.
Cada aniversário é um convite a refletir sobre isso. Afinal, lá se foram 37 anos. O tempo não para, mas deixa rastros: aprendizados, memórias, histórias que nos transformam. O que parecia distante, hoje já é lembrança; o que ainda é sonho, amanhã pode ser realidade. E o mais incrível é que tudo pode caber em um simples dia, como coube naquele 24 de setembro de 1988.
Por isso, celebro não só mais um ano de vida, mas também a noção de que cada instante vale a pena. Se em 1988 o mundo se movia em tantas direções, hoje sigo construindo a minha própria trajetória, aprendendo a valorizar o tempo e a olhar para frente com a mesma coragem que aqueles dias me inspiram até hoje.