O improviso e a experimentação

O ambiente que eu trabalho permite tudo, do improviso a experimentação, afinal, eu trabalho com arte e comunicação, e o que eu mais gosto de fazer é justamente isso: flexibilizar minha rotina, trabalhar as coisas que eu quero trabalhar, fazer o que eu mais gosto de fazer. E muito do meu trabalho tem isso, improviso, experimentação, coisas que eu quero fazer e outras tantas que eu quero sonhar. Digo isso não somente do meu trabalho com arte, mas com todos os trabalhos que eu realizo, afinal, sempre vou focar em realizar alguma coisa fora da caixa, fora da casa, e eu sei que eu preciso melhorar bastante, é verdade, mas eu sei que eu estou no caminho certo.

Focando no trabalho artístico, existem muitas possibilidades de se improvisar e experimentar, afinal, a arte nunca é feita de temas rígidos e ideias milimetricamente desenvolvidas para serem do jeito que elas são. A arte é sobre tudo o que você pode fazer e sobre o que você é capaz de fazer. E se você é capaz de fazer qualquer coisa, você acredita no seu potencial, mesmo que muitas vezes você nem mesmo acredite. Você não precisa se limitar, a arte te permite fazer o que quiser sem limites, e eu procuro mais do que nunca experimentar, ainda que muitas vezes no improviso da falta de algumas coisas que eu preciso para fazer arte.

Uma das minhas experimentações preferidas é com materiais. Afinal, se tem uma série que surgiu a partir das experimentações é a #FolhaColorida, porque ela te permite criar com base no que a cor da folha permite, e essa é a essência da série: trabalhar com base no desafio. Sei, por exemplo, que para uma folha de cor preta, eu não vou conseguir trabalhar com materiais convencionais, como lápis de cor e giz de cera. Trabalho com lápis de cor metálico e giz pastel oleoso. Mas eu quero experimentar outros materiais que eu possa utilizar com as folhas de colorset que ilustram os desenhos que vão ao ar todos os domingos.

Sei que algumas cores, como verde, azul, vermelho, te permitem trabalhar com materiais especiais justamente pelo desafio do desenho ser exibido, bem como a câmera e a iluminação precisam ajudar. E muita coisa saiu e tem saído nesses domingos nessas folhas soltas. A próxima cor será branca, mas não vai trabalhar com o óbvio, como os cadernos têm trabalhado com os famosos tocos de giz de cera. Queria que os cadernos também tivessem um pouco dessa capacidade de experimentação e eu vou batalhar por isso, mas o tempo é curto para muitas coisas que eu queria fazer nos meus cadernos, e no momento trabalho com o que eu posso.

Afinal de contas, a arte te permite isso mesmo, trabalhar com todas as possibilidades que estão ao seu alcance. Me permite, antes de qualquer coisa, sonhar. E são os meus sonhos que tornam todos os objetivos que eu quero atingir possíveis, mesmo que muitas vezes eu esteja numa corrida contra o tempo e o meu trabalho vá sentir isso. Sei que o que eu faço ainda não é tudo. Só sei que antes de qualquer coisa, o que eu mais quero é justamente isso, sonhar e ter um espaço para que os meus sonhos sejam canalizados e transformados em realidade. Consegui uma boa parte disso. E sigo por aqui, lutando pelo resto.