Nossa parcela de culpa sobre o calor

Sabe aquela máxima sobre as consequências dos seus atos? Muitas vezes a gente não se dá conta daquilo que a gente faz, mas o que a gente faz vai ter consequências a longo prazo. Muita gente não acredita, afinal sabe aquela outra máxima de que as pessoas só acreditam naquilo que veem ou tocam? E assim elas dão conta das consequências de seus atos quando elas realmente enfrentam essas consequências? Ainda tem gente que nega, e essa é a melhor forma de fugir de sua parcela de responsabilidade sobre o que está acontecendo nos últimos anos. Muitas vezes o que não consegue se aprender pelo amor, se aprende pela dor. Ou nesse caso, pelo calor.

Só para vocês entenderem o que seriam as consequências dos seus atos, dou um exemplo mais prático de como o que as pessoas fazem têm consequências sobre o clima. Um ambiente com cada vez menos árvores, que ajudam a absorver o calor. E o que a gente tem feito? Cortado árvores, impermeabilizando as superfícies. E onde a água das cada vez mais severas chuvas vai escoar? Afinal, quanto menos árvores, mais calor, mais absorção da água, e por consequência, mais chuvas, mais tempestades. Talvez uma das consequências mais severas de tudo isso é a intensidade das tempestades, e veja quantas ocorreram na maior intensidade possível.

A melhor forma de entender as consequências é reconhecer que estamos errando. E diante desses erros, entender o que está acontecendo e procurar melhorar da melhor forma possível a relação que a gente tem com o nosso planeta. Afinal, somos bilhões de pessoas, e aquilo que a gente faz, não faz sozinho. Quando falamos sobre nós, eu falo não só sobre eu e você: eu falo da humanidade como um todo. E como humanidade, há opiniões diferentes. Mas o que existe é apenas um fato: as coisas como elas estão não parecem do mesmo jeito que eram há anos atrás. Temos, sim, uma parcela de culpa por tudo isso. E precisamos reconhecer.

Os hábitos que a gente tem, as coisas que a gente faz, tudo tem a ver um pouco com as mudanças climáticas, mesmo que numa mínima fração de contribuição. Para além das árvores a menos e da impermeabilização do solo, tem também a questão do lixo que você joga e pode parar em rios, galerias, e trazer consequências quando cai uma chuva mais severa. Lembra da questão das consequências dos nossos atos? Essa é mais uma, e é a mais transparente de todas, sobre uma coisa que muitas vezes a gente faz e você acredita que pode passar despercebido, mas que pode provocar consequências mais severas.

Quando a gente entender que a gente tem uma parcela de culpa sobre o calor que a gente enfrenta, a gente vai encontrar o melhor meio para que os próximos verões não sejam tão severos como os últimos vem sendo. Ainda há tempo para que as nossas práticas sejam as mais sustentáveis possíveis para evitar que os verões sejam cada vez mais severos, mas uma hora pode ser tarde demais. Talvez não estejamos acostumados porque não éramos para estar, mas precisamos estar acostumados. Para entender o que acontece, a gente precisa avaliar o que está fazendo e o que está acontecendo. E assim a gente procura melhorar o mundo em que a gente vive.