Este é um site que, como se vê, não trata de política. Como sobreviver em um ambiente onde você praticamente se depara com sites e blogs políticos, que trabalham com as mesmas ferramentas que você, mas com muito mais recursos?
Pergunta feita por este editor
Como é difícil ser diferente num território que não entende a sua dinâmica. Trabalhar como eu trabalho é para os fortes, ainda mais quando eu faço uma proposta mais diferente e autoral, falando um pouco de como as coisas são feitas, um pouco de bastidores para mostrar que por trás de um site na Internet há uma pessoa com sonhos e objetivos, da própria arte em si. O que vocês veem todos os dias. Sinto que estou numa ilha, e como em uma ilha, eu preciso muitas vezes precisa procurar meios para que o trabalho seja visto da melhor maneira possível. E olha que eu trabalho com poucos recursos, e os que tem eu preciso contar para poder entregar um trabalho digno.
Mas tá, o assunto aqui não é o clima de eleição municipal? Vamos falar dos sites e blogs políticos, que tem a mesma base estrutural deste site. Eu meio que queria ser um pouco diferente por ser um artista visual que resolveu ser publicitário e usar as ferramentas da comunicação para espalhar as suas ideias e deixar a sua marca no mundo. Muitos desses sites e blogs políticos são patrocinados, e eu não conto com os mesmos recursos, por exemplo, até porque não quero servir de vitrine, aliás, quero que o que eu faço esteja nessa vitrine. Que o que eu penso esteja nessa vitrine. E eu não abro mão da minha independência, que é o que caracteriza os meus projetos.
A comunicação do meu estado meio que sobrevive assim, e ela ainda precisa evoluir. Talvez eu tenha plantado uma semente que se torne uma árvore que precisa ser cuidada para crescer e se tornar uma árvore. E árvores crescem lentamente, cá estou eu há quinze anos e meio cuidando dessa árvore. A comunicação do meu estado ainda carece de alternativas realmente independentes, e mesmo que eu trabalhe num site autoral e pessoal, num projeto de arte e comunicação visual, eu sou só um grão de areia no meio de uma praia. Desistir seria aceitar tudo isso, e eu não vou desistir por causa disso: o que eu não quero é fazer as mesmas coisas que todo mundo já faz. Porque até assim, eu procuraria ser diferente.
A Internet democratizou os meios de informação, para mais além da mídia tradicional, e hoje em dia as pessoas querem produzir as suas notícias, mesmo sabendo que para se transmitir notícias, você precisa passar essa informação para que todos os pontos de vista entendam o que você viu. E eu nem falei dos blogs e redes sociais policiais, até porque o foco desta pergunta não é sobre eles. Mas será que realmente o que lemos são opiniões sinceras sobre as coisas que acontecem, ou é tudo sobre as mesmas coisas? E eu nem falei da importância do offline: crescer exclusivamente online é muito difícil, e quem trabalha com mídia tradicional já tem uma boa vantagem.
E eu me orgulho da ilha que eu construí. Poucos a conhecem. Ainda. Mas logo muitos irão conhecer essa ilha e entender o quanto eu luto para que ela continue assim, mas criando pontes para que as pessoas possam acessá-la. Porque eu não quero tornar as coisas difíceis sabendo que elas já são difíceis por natureza, diante da realidade de mercado do lugar onde eu moro e que se faz necessário que essa realidade seja melhor compreendida para que as pessoas encontrem coisas novas, diferentes e dinâmicas. E eu sei que eu posso oferecer isso para elas, e por isso eu ainda estou aqui, na batalha, sem pensar em desistir. Numa ilha, talvez. Isolado, jamais.
Este é o tema “Conhecendo Você”, o primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar, com perguntas que eu respondo sobre temas de autoconhecimento e cotidiano. Inicialmente elaboradas por inteligência artificial, as perguntas passaram a ser elaboradas por mim e pelo público através dos canais de contato e redes sociais.
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