É verdade que a maquete da Lagoa foi reciclada, transformada em outra maquete e levada até onde você estudava, no Centro da cidade, de ônibus? Conte essa história.
Pergunta feita por este editor
A maquete da Lagoa ficou dois anos em cima do guarda-roupa, parada, criando poeira, juntando teia de aranha, porque eu não sabia o que fazer com ela. E nem queria simplesmente descartá-la, diante de todo o trabalho que deu construir ela. A maquete não foi reciclada no desfile seguinte, que viria a ser o último em que eu participei visto que iria sair do Santa Ângela, para a ocasião, uma nova foi construída e a história dela vai ser contada no próximo post da série. Passei a fazer o Ensino Médio no Lyceu Paraibano, no Centro, em 2007 e a maquete ainda estava ali. Até que surgiu a oportunidade de fazer um trabalho de Geografia sobre relevo.
O trabalho em questão, do primeiro ano do Ensino Médio, era para fazer alguma coisa relacionada a acidentes geográficos, coisa assim, pelo menos é o que eu me lembro na ocasião. O que eu fiz foi uma falésia genérica. E como eu fiz? Desmontando a maquete da Lagoa que estava encostada e remontando o cenário de uma praia com uma falésia com o material usado nela. O que havia de novo era praticamente a cola de isopor, quase todo o resto do material usado na construção da maquete da falésia era o que sobrou da maquete da Lagoa, que foi feita com metade do tamanho original, já que a outra metade serviu justamente para construir a falésia.
O transporte da maquete foi uma coisa engenhosa, porque dessa vez não se tratava de levar a maquete da minha casa no Rangel até a escola no Cristo Redentor. Já sabem onde fica o Lyceu Paraibano, não é? Avenida Getúlio Vargas, no Centro de João Pessoa. Eu teria que levar aquilo lá de ônibus, mas não seria qualquer ônibus. Eu teria que pegar o horário do único ônibus possível para transportar aquela maquete, que era um ônibus adaptado para cadeirantes – na ocasião só tinha dois ônibus desse tipo rodando no bairro e só esse no sentido Centro, hoje é a frota toda da cidade – que tinha um espaço considerável para viajar atrás, visto que naquela época a entrada dos ônibus era por trás e a catraca era na porta traseira, sem margem de espaço.
O ônibus adaptado tinha essa margem, e eu dei a sorte de pegar, visto que passaria a viagem toda na parte de trás – a porta traseira era a que tinha o elevador e o cobrador, que existia na época, ficava de lado. E a maquete ficou no chão do coletivo, que eu sabia que não iria rodar lotado perto de meio-dia e meia. Só quando o ônibus chegou na Getúlio Vargas – era um ônibus da linha 2515 – é que eu paguei a passagem, atravessei todo o corredor do ônibus e desci pela porta da frente, com a maquete na mão. A maquete foi apresentada, como eu disse, em um trabalho sobre relevos e acidentes geográficos, coisa assim. Foi numa época como essa, setembro.
E o destino, ah o destino, se encarregou de fazer o seu papel. Aquela maquete da falésia, que era a maquete da Lagoa, no Lyceu Paraibano ficou e lá foi descartada. Perto do local que há dois anos eu representei no desfile cívico de 2005. Talvez eu assim quisesse, porque se eu quisesse me desfazer daquela maquete, que fosse de um jeito digno, e quis o destino que próximo da Lagoa eu deixasse, mesmo que de uma forma completamente diferente. A Avenida Getúlio Vargas começa exatamente ali, no Lyceu Paraibano. E termina na Lagoa, hoje bem diferente da Lagoa que eu representei naquela maquete.
Este é o tema “Conhecendo Você”, o primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar, com perguntas que eu respondo sobre temas de autoconhecimento e cotidiano. Inicialmente elaboradas por inteligência artificial, as perguntas passaram a ser elaboradas por mim e pelo público através dos canais de contato e redes sociais.
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