Superando a insegurança com a voz

Dizem que um desafio só é um desafio quando você quer fazer uma coisa que até então você não fazia com frequência, mas faz algo que muita gente não faz. Esse sou eu, superando meus próprios medos e inseguranças. Uma dessas inseguranças foi com a minha própria voz, que confesso, não gostava tanto assim. Mas é a única que eu tenho, e por isso, me lancei a esse desafio, sabendo que uma hora eu iria precisar dela como um profissional de comunicação que talvez precise usar a voz para se comunicar com as pessoas, ainda mais quando se trata de comunicação de massa, ainda que eu não tenha essa experiência acumulada. Se um desafio é um desafio, nada como se jogar nele.

Como eu disse na pergunta anterior, eu não gosto de gravar áudios no WhatsApp, justamente por conta dessa insegurança que eu tinha. E ainda que eu a tenha superado gravando os episódios do Luneta Sonora, eu entendo o WhatsApp como uma ferramenta de comunicação direta. E justamente por se tratar de uma comunicação direta que eu preciso compreender diretamente a pessoa com a qual eu estou conversando, mesmo que para isso eu precise ler e reler uma mensagem, mesmo que para isso eu precise ouvir a mesma mensagem várias vezes. Não é como falar ao telefone. É algo que eu tenho a oportunidade de revisar.

O Luneta Sonora começou como um podcast onde eu gravava uma vez perdida ou outra. Não era o suficiente para superar a insegurança, afinal, quando você grava quando quer, uma hora você vai querer postergar aquilo, deixar parado por meses, e não é isso que você quer, isso não vai ajudar, isso não vai fazer a sua voz ser ouvida da maneira que você gostaria. Você tem que intensificar o desafio se quiser superar essa insegurança. E foi o que eu fiz quando eu incluí o Luneta Sonora na agenda semanal do site, daqueles projetos que você precisa manter como o destaque de um determinado dia, como o Luneta Sonora tem sido ao ir ao ar todas as sextas-feiras.

A minha insegurança foi superada conforme eu fui me acostumando a gravar. Melhor ainda é quando você grava toda semana, como eu me propus a fazer quando incluí o Luneta Sonora na agenda. O resultado tá aí, 146 episódios gravados e contando, distribuídos em várias plataformas de áudio, YouTube, redes sociais, contando com a melhoria das condições para que eu possa ter um cantinho para poder transformar o Luneta Sonora em um videocast. Eu entendo esse passo como o próximo da evolução do projeto, e aí sim, para além da minha voz, vai aparecer a minha imagem. Mas a minha imagem eu já uso na forma da foto de perfil, de resto dá para tirar de letra.

E no fim das contas, eu venci a minha insegurança e já não sinto vergonha da minha voz. Ela é uma parte essencial da minha identidade e uma parte integrante do meu trabalho. Porque quando você supera seus medos e suas inseguranças, abre-se um mundo de possibilidades ao seu redor, que você não conseguiria alcançar se não utilizasse todo o seu potencial de ser um profissional multitarefas. É dessa maneira que eu me mostro, que eu falo, e é dessa maneira que as pessoas me conhecem há três anos no podcast, e em outros quinze anos e meio escrevendo artigos neste site, na certeza de que pouco a pouco eu vou deixando um legado para a sociedade.