Em casa na quarentena e fuçando os arquivos publicados e nunca publicados no Blog Josivandro Avelar em busca de novas ideias para colocar aqui no blog, de modo a gerar conteúdo e para trazer alguma coisa diferente, encontrei um vídeo que eu gravei em 16 de maio de 2012, uma quarta-feira como qualquer outra quarta-feira comum em João Pessoa.
Uma volta para casa da faculdade, que oito anos depois se tornou uma viagem no tempo, entre tantas voltas para casa. Foi feita a bordo de um ônibus da linha 3200-Circular, e é só parte da viagem que eu costumava fazer quando eu estudava. Ela não começou nesse ponto, nem terminou nele.
O que o vídeo exibe é parte desse percurso, que foi realizado neste ônibus da foto abaixo, que aliás já baixado do sistema de João Pessoa.
Na verdade eram dois vídeos – um eu pausei e iniciei outro em seguida do mesmo ponto, que na edição colei em um só. O vídeo é o mais longo que já postei no YouTube até agora, uma hora iria começar a gerar conteúdos bem maiores, ainda mais esse vídeo que só publicaria quando fizesse muito tempo que fosse gravada.
Mas antes de exibir o vídeo, vou te colocar dentro do contexto dele.
O percurso do vídeo – parte do todo que eu fazia
Como disse, esse percurso é só uma parte do que eu fazia, que era bem longo, e na verdade era o segundo ônibus que eu pegava, do já extinto Anel Interno da Lagoa até a parada de casa.
Sim, essa era uma baldeação, e esse era basicamente o meio do itinerário. O primeiro ônibus que eu pegava ou era 5100-Circular, ou era qualquer um de Cabedelo. Não existia ainda passarela, nem a linha do Renascer era municipal, e o melhor de tudo nem tinha vindo ainda: o 5204 passa na frente da faculdade que eu estudava.
Ou seja, tinha um componente de aventura no meu trajeto até a faculdade, e de lá até de casa. Tinha que baldear. Não tinha esse mole de hoje.
No vídeo a seguir, vamos da Praça Pedro Américo, no Centro de João Pessoa, até a 2 de Fevereiro, no bairro do Rangel.
O percurso filmado no total dá 3,83 km e pode ser percorrido em qualquer ônibus que vá para o Rangel – menos o 201-Ceasa que vai por outro caminho dentro do bairro.
Para ilustrar melhor, vamos mostrar este caminho em um mapa interativo para você se situar em João Pessoa e se guiar no vídeo. O traçado mostra o caminho que eu filmei.
Gravem bem esse mapa. Vocês vão entender um pouco o que é andar três quilômetros e meio em oito minutos de ônibus em 2012, tempo esse que certamente subiu um pouco ao longo dos anos.
O vídeo foi gravado na ocasião por volta de dez e meia da manhã, ou seja, antes do pico do meio-dia.
A tecnologia da época não era lá essas coisas
Nunca é demais lembrar que esse vídeo foi gravado utilizando-se de um celular Nokia X2, meu aparelho titular na ocasião.
Aquele celular não tinha Wi-Fi, Internet só tinha quando eu carregava – sim, eu já usava Internet no celular antes disso virar regra, fazendo jus a minha fama de experimentar as coisas antes de todo mundo usar.
Os recursos da época (2012!!!) eram parcos, dava para acessar Facebook, Twitter e até o iniciante WhatsApp – que foi inaugurado na época sem uma conversa sequer em meses.
Em vez de mostrar uma foto daquele celular, deixo aqui um link das especificações dele, para você ver que tudo na vida evolui, até os pokémons.
Isso dá até uma ideia de post, falar sobre os celulares da época. Creio que as pessoas vão se interessar bastante, afinal, todo mundo tem boas lembranças dos seus celulares.
Agora que você já sabe por onde o ônibus foi, assista o vídeo.
Você pode reparar pelo vídeo que várias coisas mudaram: aparecem ônibus que não fazem mais parte do sistema – ou seja, foram baixados, não rodam mais -, pontos comerciais cujas fachadas foram alteradas, pontos foram passados, locais não existem mais ou foram bastante modificados, como o Parque da Lagoa, transformação essa mostrada até numa série de posts aqui do blog.
E foi justamente por isso que quis esperar tanto para postar o vídeo, para mostrar um pouco das transformações, e de como um dia tudo numa cidade pode mudar. E eu gosto muito de lembrar disso, de como a cidade muda, de como mudamos.
Ainda que o vídeo tenha sido gravado com uma câmera de 0,3 MP, ainda assim tem o seu valor histórico. Logo vou falar um pouco sobre os celulares da época pré-Android. Muita coisa eu produzi neles.
Com mais tempo de trabalho e mais pesquisa em casa, posso até tirar mais preciosidades dos acervos. Essa aí foi uma, espero que curtam essa viagem no tempo.
Pois todo tempo é um tempo, e ao longo do tempo, as coisas mudam.