Três noites não consecutivas

No final de abril e início de maio tive três noites consecutivas sem dormir. As três noites que me acenderam um sinal de alerta diante da necessidade de dormir melhor, mesmo diante da mudança de dinâmica do quarto onde, obviamente, já não iria mais dividir o quarto. Mas para essas coisas, eu já estou acostumado. O meu irmão já não dormia mais no meu quarto desde o meio de abril. Essa era a menor das minhas preocupações, e bem, talvez era tudo o que eu queria para o momento: não acordar ninguém, não preocupar ninguém, se eu não conseguisse dormir, eu iria para a sala de casa. Parece até uma época distante, mas foi há mais de um mês.

E talvez, nos dias de hoje, isso não se repita mais. É o que eu mais espero diante de tudo. Mas isso é um assunto para as próximas semanas, diante de toda essa mudança que está acontecendo e diante de toda a necessidade de se realmente… mudar. Mas antes, isso não estava acontecendo e foi muito ruim, diante das preocupações com trabalho, com os projetos, com um monte de coisas que me tiram o sono até hoje. Tem noites que eu adoraria dormir mais tranquilo, mas não é o que acontece na maioria dos dias, principalmente nos dias de fechamento de ciclo de contratos. Tenho uma preocupação de trabalho para lidar na semana. E eu vou precisar encarar de frente.

Mesmo sabendo da primeira noite de sono, procurei meios para evitar mais uma noite em claro, afinal, aquela não era a primeira vez, e tudo o que eu esperava era que aquela fosse mais uma noite perdida de insônia. Foi assim que eu encarei as outras noites e dormi normal, mas depois, do nada, outra noite em claro. E até que eu consegui dormir, mas próximo das cinco e meia da manhã. E depois de mais alguns dias dormindo até que normal, mais uma noite em claro. A partir daqui, outro sinal de alerta. Porque essas crises estão se repetindo? E eu nem coloquei na soma os tremores provocados pela ansiedade, que acontecem sempre que em situações que o corpo entende como pânico.

A hora de dormir me deixa ansioso? Muitas vezes sim. Por isso não gosto de dormir com uma hora marcada, e sim quando eu realmente sinto vontade de dormir. Não sou daqueles que me deita na cama e dorme automaticamente: para mim, o sono demora a vir e eu nem sinto chegar, isso para mim importa. O problema é quando o sono não chega, aí vem a aflição da espera, e o gatilho da ansiedade. A nova dinâmica do quarto até aqui está me ajudando bastante, a partir do momento que eu não preciso incomodar ninguém nem acordar ninguém. Só estou eu aqui no meu quarto e bem, se eu não sentir sono no momento, posso fazer o que eu quiser até sentir sono. Sem incômodo. Com mais autonomia e mais possibilidades.

O que eu mais espero? Uma noite tranquila. Todas as noites depois da última crise de insônia tem sido. Principalmente as noites em que eu passei a dormir no quarto depois da mudança de dinâmica. As noites mais tranquilas até aqui, posso dizer com a maior tranquilidade. Mas eu sei que eu preciso me policiar, sei que preciso me manter alerta, afinal de contas, a ansiedade é traiçoeira. E eu não me livrei dela. Por um bom tempo ela esteve escondida e controlada e do nada voltou, é sempre assim. Mas eu sei como lidar e sei como encarar, e assim eu me preparo para mais uma noite. Uma noite onde eu possa conseguir, enfim, ter um sono tranquilo.

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