ESTRANHA MATEMÁTICA

Em época de eleição, é muito comum usar as pesquisas divulgadas por diferentes institutos como termômetro do momento. O problema é quando mexem no mercúrio do termômetro. Na semana passada, várias pesquisas de intenção de voto para Presidente da República foram divulgadas com resultados bastante conflitantes. Quem teve um resultado que não agradou, chiou.

Dilma Rousseff e José Serra, dois dos principais candidatos a presidência (não esquecendo que Ciro Gomes, Marina Silva e outros nomes também disputam a presidência), tiveram pesquisas favoráveis ora para um, ora para outro, e quem não gostou do resultado das pesquisas (ou da metodologia usada para fazê-las) chiou, e por aí vai. Primeiro foi a pesquisa do instituto Sensus, que apontava os seguintes números:

Ou seja, faltariam nada menos do que três décimos para Dilma Rousseff ultrapassar José Serra, o que aliás tem grandes chances de acontecer. Os partidários de Serra não gostaram, dirigentes do partido chegaram a questionar o instituto no TSE, e por aí vai novamente. Dias depois, vem a pesquisa do Instituto Datafolha, ligado ao jornal Folha de S.Paulo. Eis que os números dos candidatos se mostraram completamente diferentes até demais da pesquisa acima. E nesse caso, quem não gostou nada foram os partidários de Dilma, e não é para menos:

Ou seja, que metodologia teria sido adotada pelos institutos para que tais números saíssem com flagrante diferença, se a corrida presidencial é uma só? Enquanto não conseguimos desvendar esse mistério da matemática, vamos para o nosso estado da Paraíba.

Hoje o jornal Correio da Paraíba divulgou uma pesquisa de intenção de votos para governador do estado. O atual governador, José Maranhão, aparece na frente com 42%, 10 pontos a frente do segundo colocado, o ex-prefeito Ricardo Coutinho, com 32%, ou nos números quebrados:

A pesquisa foi feita pelo Instituto Consult. E os segundos colocados, não é para menos novamente. Os partidários de Ricardo Coutinho, além de questionar os números, destacam também o fato do Correio fazer campanha clara para o governador Maranhão. O Sistema Correio possui o jornal, várias rádios e TV afiliada a Rede Record. Pertence a Roberto Cavalcanti, senador que assumiu o cargo com a renúncia de Maranhão (que ocupava o cargo e tinha Cavalcanti como primeiro suplente) para assumir o governo do estado na condição de segundo colocado da eleição de 2006 (pois Cássio Cunha Lima, que havia sido eleito, teve o mandato cassado no TSE sob acusação de abuso de poder econômico).

Porém, convém lembrar que ainda não foram divulgados resultados de pesquisas de outros jornais do estado, para aí sim serem feitas as devidas comparações como as apontadas pelas pesquisas dos candidatos a presidente acima.

Diante de tais situações, cada um comemora e contesta os números dos institutos de pesquisa, mesmo sabendo que as pesquisas em si não ganham eleição. A pesquisa mais importante será aquela que será feita no dia 3 de outubro, o dia da eleição. Até lá, seguimos acompanhando tudo o que acontece.

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