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Criar para pessoas

Como você entende a relação entre criar para pessoas e criar para o espaço físico onde elas vivem?
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Como você entende a relação entre criar para pessoas e criar para o espaço físico onde elas vivem?

Pergunta gerada pela inteligência artificial e respondida por mim

Uma das minhas maiores metas de vida é deixar marcas no mundo. Pois eu acredito que assim, eu estaria deixando um legado que vai além do que se vê, seja parte da rotina das pessoas. Uma das minhas maiores insatisfações em trabalhar com arte era essa: eu estava pintando quadros e pensando: “quem é que vai ver?” ou “isso vai ser visto pelas pessoas como arte?”, coisas assim. Não queria somente me resumir a fazer pinturas que fossem penduradas nas paredes, que se resumissem apenas as paredes de casa, e que nunca seriam exibidas em museus ou coisa assim. A gente sempre sonha coisas grandes, e eu mesmo não tenho medo, nem posso ter vergonha de sonhar.

O que a gente aprende, a gente não desaprende. E leva para os passos que planeja dar para o futuro. Não para menos, não abandonei a arte, bem longe disso. O que eu quis foi transformar a arte em uma parte importante da minha criação e um dos meus principais diferenciais para os meus projetos de criação visual. Não é uma coisa que eu queria apenas para ser vista e só. Queria que fosse funcional. E meio que as coisas que eu fazia apontavam para esse caminho. Porque eu via a cidade e pensava o quanto ela poderia ser uma vitrine mais atraente do que uma simples parede. Era isso que eu queria, foi nisso que eu quis investir.

E o momento em que eu larguei os cursos de desenho e pintura para focar nos estudos de uma forma geral, para lá na frente conseguir um curso superior em uma área que me permitia ser criativo, de certa forma, foi uma ruptura. Eu precisava dessa ruptura para que as pessoas entendessem o que eu queria e o que eu não estava mais encontrando na arte convencional. Foi a partir daí que eu compreendi o que eu queria para mim: não era enxergar a minha criação como um adereço de parede, mas como um elemento fundamental para a composição de cenários que fazem parte da nossa rotina. É exatamente aqui que eu quis fazer o possível para que a arte chegasse para pessoas onde quer que elas estivessem.

E trabalhar com artes visuais, criação visual ou qualquer outra coisa que chegue perto do que é visual, me permite isso. Não é para menos que um dos maiores projetos de artes visuais que eu já fiz não foi uma pintura sobre tela, e sim uma campanha publicitária na escola onde eu estudava onde eu desenhei dez cópias de cartazes para anunciar uma rifa beneficente, com um conceito pronto e apenas desenhando as réplicas, de modo que essas dez cópias não eram bem cópias, mas dez desenhos que eu fiz de maneira igual, para anunciar a rifa de um celular Nokia 1100, só para vocês terem noção de que isso foi na época que eu fazia curso de desenho e pintura.

E é sobre isso, sobre como eu queria que as pessoas consumissem e entendessem o que eu faço. Eu não queria fazer arte apenas para as pessoas verem e ficarem apenas nisso. Não queria criar artes apenas para serem vistas em exposições. Elas certamente seriam esquecidas. Eu queria fazer alguma coisa que as pessoas pudessem se sentir parte, que estivesse na rotina delas, que estivesse no cenário da cidade, em algum lugar que não fosse um lugar onde as pessoas que eu quero alcançar estivessem privadas de ver. Quero fazer criação visual para todos, independente de onde elas estão, sendo apenas uma parte importante do cenário delas.

O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.

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