A Internet é assim: primeiro, você se acostumou a buscar as coisas baseado nos seus gostos pessoais, numa dúvida que você tem, em alguma coisa que você precisa naquele momento e não tem a resposta naquele momento. E resposta para tudo é tudo o que você quer. Mas com o tempo, a Internet ficou cada vez mais inteligente e passou a lhe conhecer melhor. Para isso, os mecanismos de busca e as redes sociais começaram a aprender mais sobre você baseado no que você curte, compartilha, pesquisa. Como eles conseguem isso? Através de algoritmos. E o que o algoritmo quer de você? Esse é o maior desafio de qualquer um que trabalha com redes sociais e Internet em geral.
Hoje em dia, a Internet está mais inteligente do que você imagina. Cada vez mais os algoritmos aprendem sobre o nosso comportamento. E como eu bem disse, eles estão em todos os lugares: nos mecanismos de busca, nas redes sociais, em praticamente tudo. O algoritmo aprende com você o que você busca, embora nem sempre ele acerte todas, é verdade, mas ele tá tentando. E a cada ano, os algoritmos melhoram – ou pioram – o conceito da busca e do aprendizado do comportamento, mesmo que muitas vezes, ele não te entregue as respostas que você esteja buscando naquele momento. Tudo o que o algoritmo quer é saber mais sobre você.
Os mecanismos de busca incorporaram a inteligência artificial ao seu algoritmo. E hoje, ele até pode te responder as perguntas diretamente. Leva um tempinho para que você “treine” a inteligência artificial, como eu estou treinando o ChatGPT até agora a fornecer as respostas que eu quero baseado no que ele conhece sobre o meu trabalho. E assim eu tento fazer isso com as demais inteligências artificiais. Foi assim que eu resolvi perguntar a uma inteligência artificial que eu ainda não tenho tanta intimidade, o Google Gemini, o que era o algoritmo. Mas tá, porque eu quis fazer uma pergunta sobre algoritmo justamente para o Gemini?
Eu entendo que o Gemini é o Google falando comigo, e ninguém entende mais de algoritmos do que o Google, o mecanismo de buscas mais usado do mundo, que a gente tenta muitas vezes entender as decisões dos algoritmos e porque eles podem ser fundamentais muitas vezes até mesmo para um site sobreviver. Se eu perguntasse alguma coisa ao Gemini, talvez eu tenha a chave de todas as respostas que eu busco diretamente de quem entende do assunto, na personalidade dessa inteligência artificial. Pois bem, eis o que ele me respondeu simplesmente quando eu fiz uma pergunta simples: “Defina algoritmo”. E o que ele me respondeu foi:
Um algoritmo é um conjunto finito de instruções ou regras bem definidas, organizadas em uma sequência lógica, para resolver um problema específico ou executar uma tarefa. Em termos mais simples, é como uma receita de bolo: ela tem uma série de passos (instruções) que, se seguidos corretamente e na ordem certa, levam ao resultado desejado (o bolo pronto).
Ou seja, o algoritmo é uma receita que precisa do resultado entregue dentro dos passos determinados por ela. Se o que você busca é o bolo, como bem definiu o Gemini, ela prepara o bolo baseado numa receita que deu certo. Para usar o algoritmo ao meu favor, o que eu preciso é entender a lógica por trás dele: que é manter o usuário na plataforma o máximo de tempo possível. O que eu preciso é chamar a atenção desse usuário para o meu conteúdo, que precisa ser relevante, envolvente e de alta qualidade. E para isso, eu preciso entender que o que pode ser interessante em uma plataforma pode não ser para outra.
Posto o mesmo vídeo em três redes sociais diferentes. No Instagram, eu consigo uns resultados razoáveis. No TikTok, eu consigo uns resultados até que interessantes. No YouTube, consigo uns resultados melhores, justamente onde eu menos espero, visto que na minha cabeça, os algoritmos do YouTube são rigorosos demais, visto que atende a um público mais exigente do que o das outras duas redes sociais citadas. Talvez lá eu encontre mais pessoas interessadas em arte, e o que o YouTube entrega são conteúdos de arte. O Instagram não entrega tão bem assim, talvez eu ainda esteja tentando entender o que o público quer lá.
E quando esse conteúdo de arte é mais explícito, como nas timelapses do “Bora desenhar?”, onde o processo de criação é mostrado de forma mais clara, os resultados são melhores no Instagram, comparando com os desenhos em forma de speedpaint. Concluo que o “Bora desenhar?” tem uma retenção maior por mostrar um tutorial de desenho em 37 segundos que o usuário pode pausar se quiser e aprender como desenhar. De certo modo, ele entende a jornada e sabe que aquele desenho está sendo criado por mãos humanas, em um momento em que, na era da inteligência artificial, elas procuram artes feitas por pessoas. Isso traz, de certa forma, um desejo de aprender, e incentiva a criação.
É com base nessa comparação que eu entendo o que o algoritmo está tentando me dizer através dos resultados que os meus vídeos entregam. E isso traz base para novas experiências baseadas nesses resultados. É justamente isso o que você deve buscar: qual conteúdo está fazendo mais sucesso? Eu devo investir mais nele? Posso criar outras estratégias baseadas nos resultados que eu obtive? O algoritmo entrega resultados da mesma maneira que você entrega resultado para os seus criadores de conteúdo favoritos. E essa é a chave para você entender o algoritmo e usar isso a seu favor, entendendo o que ele quer de você, e o que você quer dele.
O algoritmo a princípio é um bicho de sete cabeças, mas se você mergulhar a fundo e entender que o que ele quer de você são as respostas que o leitor procura, você vai entender exatamente o que o algoritmo quer de você, e o que você quer dele. O leitor não quer aprender a fazer o bolo. Quer a fatia de bolo entregue, de preferência com um café, para se sentir satisfeito. É assim que ele se satisfaz quando a sua dúvida vira uma resposta. É a partir do momento que você entende o conceito por trás da receita do bolo que descobre porque esse bolo é tão bom que dá vontade de comer de novo. E se tornar o seu bolo preferido.