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Chuvas de um verão quente

Quanto mais calor fizer, mais as chuvas vão ser intensas. Não que fosse surpreender, mas que tudo aconteceu rápido, aconteceu.

O #SetePerguntas estreou na semana passada tendo como tema a onda de calor dos últimos dias. Um calor como eu nunca antes senti, e que não foi qualquer onda de calor. Não tardaria para chover, mas eu acreditava que essa chuva estaria distante. Mas as chuvas de verão não tardaram e não me deram nem tempo de concluir as sete perguntas, que ok, foram concluídas, mas já no meio de um tempo que já estava fechado e de uma chuva que eu acreditaria que seria passageira. Mas o tempo, sabe o tempo? Ele não te dá tempo de pensar muita coisa: quando acontece em uma proporção que você pensa que já é suficiente, ele vai lá e surpreende. E entrega muito mais do que eu esperava em termos de chuvas.

Ontem de noite eu estava editando a minicoluna e editando os dois primeiros posts de hoje, que sempre deixo guardados para postar no dia seguinte e economizar tempo. E no instante que eu fazia a minicoluna e editava esses dois posts, coisa que estou fazendo aqui na sala, não parou de chover em nenhum instante. E olha que já vinha de duas chuvas mais fortes, uma na terça-feira com direito a trovões, e outra chuva na quarta-feira ainda no meio do dia e na tarde. O que isso tem a ver com esse verão quente? Tudo. Quanto mais quente o tempo, é o sinal de que tem muita água evaporando, e ela tem que cair em algum lugar. E quando muita água evapora, o que temos são chuvas torrenciais como as que caíram nessa semana.

E como de se esperar, a cidade nunca está preparada para chuvas tão fortes. Toda chuva forte que der onde quer que você vá, vocês sempre vão ver as mesmas cenas de ruas alagadas, árvores caindo, barreiras deslizando. São coisas que quase sempre nunca mudam. Isso desde antes de eu nascer, e não espere que tão cedo as coisas mudem. Como eu disse em outras ocasiões, tem gente que propõe soluções, mas não se reconhece como parte do problema. E aqueles que não se reconhecem como parte dos problemas enganam fácil, são verdadeiros cavalos de Tróia. E eu consigo identificar cavalos de Tróia muito fácil. Eles já estiveram lá dentro, e fora acham que tem solução para tudo.

Sabe aquele calor intenso que eu relatava no começo do ano? Hoje eu poderia dizer que eu nem lembro mais dele. Que faz tempo que eu não sinto calor. Mas é assim, o tempo sabe quando equilibrar as coisas, mesmo quando elas estão desequilibradas. Sabe que quanto mais calor fizer, mais vai amenizar em forma de uma chuva, mesmo que forte. E talvez eu não vá falar tão cedo de calor. Agora o que virá será um pouco mais ameno, mas será que ainda tem chuva para cair? Mesmo com todas as projeções e alertas que são dados para que a gente se prepara para a próxima chuva, o tempo sempre vai se encarregar de surpreender.

Todo verão sempre traz uma surpresa. Ou que nem deveria ser surpresa. Afinal, é sobre as consequências dos nossos atos, por mais que não pareça culpa das nossas atitudes coletivas do clima estar assim. No fim das contas, quando eu acredito que nunca mais vai cair uma chuva tão forte, caiu uma chuva forte. Quando eu acredito que tão cedo irão cair raios e trovões, caem raios e trovões. O que demorou demais para acontecer já deixou de ser uma surpresa há muito tempo. Todo verão vai ser assim, com uma surpresa diferente, e é melhor a gente se acostumar. Quando na verdade, já deveria estar acostumado.

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