Como surgiram os tocos de giz de cera de qualidade duvidosa?
Pergunta feita por este editor
Sabe quando você usa de uma forma constante o material que você tem, em especial uma caixa de giz de cera, e termina usando algumas cores mais do que as outras? A história que eu quero contar hoje começa em uma caixa de giz de cera. Usei por um período constante uma caixa de giz de cera para fazer as minhas artes tradicionais, em vários cadernos e folhas, mas diante das necessidades e dos estilos de arte que eu ia trabalhando ao longo do tempo, acabei usando algumas cores mais do que as outras. E uma dessas cores, que era a mais essencial de todas, acabou antes de todas elas. E eu precisava muito dessa cor.
Era a cor preta, que é uma cor curinga para qualquer arte que eu vá fazer, afinal, quem não tem carvão desenha com giz de cera. E usar o giz de cera de cor preta dá essa sensação de fazer artes com carvão, as melhores para se fazer em monocromático, embora o efeito passe bem longe disso. De tantos desenhos que eu fiz com o giz de cera de cor preta da caixa em questão, eu acabei esgotando a cor e tinha que arrumar alguma maneira de repor justamente a cor preta. Ela não poderia faltar de maneira nenhuma para as minhas artes. Para isso, eu precisava usar os recursos que eu tinha e a cabeça. E o que eu fiz?
Fui até o comércio do bairro e encontrei uma caixa de giz de cera de seis unidades por menos de três reais. Tive que verificar: será que tinha a cor preta? Se não tiver, não vou levar. Tinha e eu levei. Comprei logo duas caixas para garantir a cor, mesmo que eu levasse as demais. Desse modo, eu peguei a caixa de giz de cera que eu tinha, com uma cor a menos e vários tocos quebrados, e coloquei em um copo de plástico junto as cores daquela caixa de giz de cera que eu comprei para ter a cor preta. Essas duas caixas são de giz de cera de boa qualidade. Mas onde é que entram os de qualidade duvidosa? Eles vêm de uma terceira caixa.
Foi quando eu fui ao supermercado comprar essas coisas básicas que a gente compra, tipo biscoitos, itens de necessidade básica, e daí eu encontrei um giz de cera de uma marca diferente, que por mais que eu estivesse desconfiado, quis levar. E a desconfiança fez todo sentido, porque eu testei as cores do giz de cera de uma arte e terminei não gostando muito do resultado, porque as cores não saíam, as cores eram ralas, você quase não enxergava nada. Mas eu tinha que usar as cores, afinal, eu cometi a besteira de comprar aquele giz de cera. E lá estava o giz de cera de qualidade duvidosa direto para aquele copo de plástico onde já estavam os tocos das outras duas caixas.
Desde então, o copo de plástico onde estão os tocos de giz de cera abrigam cores de três caixas: um de ótima qualidade, um de qualidade razoável, mas boa, e aquele de qualidade duvidosa, que quando eu utilizo, eu aviso logo para os leitores que estão vendo que o giz não é bom, mas eu tive de trabalhar nele. O material não define a qualidade da arte, afinal, tudo o que se quer é fazer o melhor com o que se tem. E o que eu tenho é o que eu consegui. É assim que vocês veem várias artes feitas com giz de cera de todas as cores, de qualidade duvidosa ou não, tudo isso provocado pela necessidade de se conseguir uma cor indispensável para o meu trabalho. E bem, a história é essa.
#SetePerguntas
O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.