Cá estou eu passando mais um feriado comum… Ou não. É sempre neles que tenho grande parte das minhas crises de ansiedade, porque me lembro fácil das coisas e fácil de datas. Mas vou levando… Por aí você entende porque eu não gosto tanto de feriados. Sim, sou desses mesmo.
Pois preferia estar fazendo alguma coisa, e para isso precisando de movimento. “Mas o que você fez essa quarentena toda?” Porque encontrei dentro de casa um movimento intenso que nunca havia reparado antes, porque as coisas aconteciam aqui dentro. Aqui as pessoas fugiam menos da realidade, ela estava escancarada, as pessoas querem se desligar dela.
E apesar de tudo, é um feriado comum. Sair não resolve, por causa da cara de feriado, as pessoas só se divertem e não fazem nada além disso. Por isso que tento fazer as coisas para que elas se pareçam o menos feriado possíveis. Acha que é possível? Para mim sim, acredite. Pessoas são diferentes, tem jeitos diferentes, e não adianta tentar mudá-las ou forçar a barra: essa é a identidade delas.
Se tô trabalhando para mim, eu faço o meu calendário. Se tô trabalhando, nem lembro tanto de datas, pois é lembrando de datas que não me esqueço de coisas que não queria ter feito e fiz. E se não senti nada esse tempo todo, foi pelo tempo que passou e não me lembrava mais que dia é hoje a não ser contando os dias que fiquei em casa.
O que eu arrumo, eu resolvo. E bem, é isso, só mais um feriado comum… Que amanhã não será mais. Pelo menos até 12 de outubro. Pronto, outra data. Queria nem ter lembrado disso…
Queria eu poder esquecer um pouco as datas, os calendários, só poder viver intensamente. O tempo todo, sem saber do tempo.