Quando eu escolhi a carreira de Comunicação Social, escolhi porque eu acredito que eu posso deixar as minhas marcas no mundo e contribuir para mudar o mundo ao meu redor. E eu posso deixar as suas marcas no mundo de várias maneiras: desde minhas obras visuais, com o meu trabalho de artes e meu objetivo de um dia ter os meus trabalhos nas ruas, e como cidadão, onde eu posso sugerir alguma coisa, posso acionar as autoridades para consertar uma lâmpada de poste ou um buraco na rua, ou até quem sabe, fazer uma bagunça em uma campanha. Será que nesse ponto, eu consigo influir?
Queria dizer uma coisa para vocês: entre as cadeiras que eu estudei no curso de Publicidade e Propaganda, estava a de Marketing Político. Sim, eu tenho uma certa base com esse assunto mesmo sem ter nunca feito uma campanha eleitoral, até porque eu não tive a oportunidade de trabalhar em uma agência nem mesmo para fazer campanha comercial. E se eu aliasse os meus conhecimentos de cidade, com outros que eu aprendi na publicidade, e começasse a efetivamente participar da minha maneira?
Mas tá, Josivandro, de que maneira?
Primeiro, eu analiso as campanhas dos candidatos mais competitivos da minha cidade, primeiro pelos visuais, é óbvio, porque eu entendo que o visual atrai bastante embora seja uma coisa que fique muito em segundo plano por conta das regras eleitorais, mas nesse ponto, os designers capricham para não ficar uma coisa genérica. O que eu noto é que o pessoal usa um estilo de quadrados e signos em muitas campanhas, mas isso não é um padrão único, tem todo um jogo de elementos que é levado em consideração.
Além de analisar melhor o visual das campanhas, eu analiso toda a semiótica (o estudo dos sinais e de como as marcas são interpretadas), coisa que eu desenvolvi ao longo do tempo com a luneta que é símbolo deste site. Eu não consigo ser cliente oculto em uma rede social porque eu uso a minha rede social, mas é como se fosse. Porque esse é o próximo passo: questionar as propostas, em especial em um dos meus hiperfocos (e que certamente é o hiperfoco de uma cidade inteira), o transporte público.
E como eu faço isso? Fazendo questionamentos diretos no Instagram dos candidatos. Eu já fiz isso no Instagram de três deles e só um respondeu, no que parece ser uma resposta que ele não me deu diretamente, e sim a equipe de marketing que certamente deve ter visto quem eu era – eu aviso que sou publicitário na bio – e pensado em como responder da mesma maneira que eu faria se estivesse no lugar deles. Enfim, eu quero arrumar um trabalho para os publicitários sendo eu mesmo um em busca de oportunidades.
O que eu coletar dessas experiências vai virar tema das sete perguntas de uma das próximas semanas. Afinal, a minha ideia é essa: influir e colaborar se os candidatos aceitam colaborações que possam de certa forma alterar aquilo que eles propuseram inicialmente, afinal quem sugere é um cidadão. O meu pensamento, na prática, é esse: se eu pudesse influir da minha maneira na construção das propostas de todo mundo? Essa é a minha ideia: invadir, “hackear”, como dizem na linguagem moderna, embora eu não goste muito desse termo para aquilo que eu estou fazendo agora.
Se eu consigo influir em alguma coisa nas propostas de alguém, eu posso nem saber. O que eu não quero é ser um mero espectador. Quero poder aconselhar, participar, e por isso, eu quero medir se eu, como cidadão, publicitário, profissional de comunicação ou qualquer coisa parecida com isso, na minha total independência, consigo influir e modificar alguma proposta. Se eu tiver conseguido, eu terei ajudado em alguma coisa. Lá na frente, os publicitários vão me entender.